MPT flagra adolescentes no Piauí trabalhando 8 horas por dia

O Ministério Público do Trabalho no Piauí (MPT-PI) flagrou adolescentes de 15 e 17 anos trabalhando em condições precárias durante inspeções na cadeia produtiva da carnaúba. As irregularidades foram constatadas nos municípios de Jerumenha, Floriano, Itaueira e Nazaré do Piauí.

Na localidade Jacaré, zona rural de Itaueira, o MPT localizou dois adolescentes, de 15 e 17 anos, prestando serviços como carregadores com o recebimento de diária sem valor de R $ 60. Outros dois trabalhadores também estavam sem registro e assinatura de carteira de trabalho (CTPS).

Já em Malhada Grande, zona rural de Nazaré do Piauí, todos os 13 trabalhadores encontrados estavam sem registro e assinatura de carteira de trabalho. Eles recebiam diárias entre R $ 60 a R $ 80 para cumprir jornada das 7h às 11h e das 13h às 17h, de segunda a sexta, e das 7h às 11h, aos sábados.

Foi localizado ainda um adolescente de 17 anos que prestava serviço como aparador, mediante o recebimento de diária sem valor de R $ 60.

Em São José, zona rural de Jerumenha, o MPT-PI também localiza um grupo integrado por nove trabalhadores, contendo um adolescente de 17 anos, com dois deles sem registro e assinatura de CTPS.

Na localidade Cabrinhas, zona rural de Itaueira, mais três trabalhadores declararam ter sido admitidos sem registro e anotação de carteira de trabalho.

De acordo com procurador do Trabalho, José Wellington Soares, os impactos causados ​​pela pandemia da Covid-19 provocado a incidência do trabalho de adolescentes na cadeira produtiva da carnaúba.

“Estávamos há algum tempo sem registros de crianças e adolescentes trabalhando nesse seguimento, mas nas últimas inspeções encontramos quatro. Acreditamos que os impactos e sociais ocasionados pela pandemia da Covid-19 têm agravado o quadro e provocado uma maior incidência de trabalho de crianças e adolescentes nessa cadeia produtiva, o que não é permitido pela legislação devido à natureza penosa atividade da ”, explica.

Segundo o MPT-PI, além desses flagrantes, também foi notificado a insuficiência de equipamentos de proteção individual, de locais para alimentação com condições mínimas de higiene e conforto, ausência de disponibilidade e improvisados ​​sem condições mínimas de conforto.

As inspeções nas regiões foram realizadas durante os meses de setembro e outubro nas atividades de corte da palha e extração de pó da carnaúba. O Ministério do Trabalho constatou ainda que a maioria dos trabalhadores anteriores sido contratados sem exames adicionais e sem registro e anotação da carteira de trabalho.

Após as inspeções e a obtenção das informações obtidas, o Ministério Público do Trabalho deve produzir um relatório final para iniciar os inquéritos na justiça trabalhista. O MPT-PI informou ainda que as fiscalizações foram realizadas através do projeto Palha Acolhedora.

Por Cidade Verde

 

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