Cerca de 200 moradores na Grande BH, são obrigados a sair de suas casas por precaução com barragem da Vale

Auditores atestaram para instabilidade da Mar Azul. Esta é a terceira operação de retirada de pessoas por causa de barragens desde o desastre de Brumadinho.

erca de 200 pessoas foram obrigadas a deixar suas casas por precaução com a Barragem B3/B4, da Mar Azul, da Vale, em Nova Lima, na Região Metropolitana de Belo Horizonte.

De acordo com a Defesa Civil, auditores que fazem a leitura da barragem atestaram para instabilidade. Ela tem aproximadamente 3 milhões de m³ de rejeito. A estrutura é a montante, mesmo modelo das de Brumadinho e de Mariana.

Moradores do distrito de São Sebastião das Águas Claras são obrigados a sair de suas casas — Foto: Rodrigo Cunha/G1

Moradores do distrito de São Sebastião das Águas Claras são obrigados a sair de suas casas — Foto: Rodrigo Cunha/G1

Segundo os bombeiros, o plano de emergência prevê retirada de moradores de 49 casas. Elas ficam no distrito de São Sebastião das Águas Claras, conhecido como Macacos, a 25 quilômetros de Belo Horizonte. Atualmente, a barragem está no nível 2, que determina a saída das pessoas. A sirene soou por volta das 20h20, de acordo com os moradores.

Agência Nacional de Mineração manda desativar barragens como a de Brumadinho

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Em nota, a mineradora informou que “a decisão é uma medida preventiva e se dá após a revisão dos dados dos relatórios de análise de empresas especializadas contratadas para assessorar a Vale. Cabe ressaltar que a estrutura está inativa e essa iniciativa tem caráter preventivo”. As pessoas serão acomodadas em hotéis da região.

Treinamento

Moradores do distrito de Nova Lima disseram que não receberam treinamento em situações de risco.

“A última vez que a Vale veio aqui foi em outubro para apresentar um plano de emergência que eles tinham implementado em Brumadinho”, disse Tatiana Santana que vive em Macacos há cinco anos.

Segundo ela, que é mãe de um bebê de nove meses, as pessoas estão desesperadas. “Estamos desorientados aqui. Todo mundo querendo sair da cidade. Soubemos agora que a Vale tinha colocado sirene. Teve gente achando que era trote”, falou ela.

Igor Bonzi, que foi até o centro comunitário para ajudar vizinhos, também disse que nunca participou de treinamento da Vale.

“Só fiquei sabendo que tinha sirene porque vi o pessoal montando”, contou. Ele disse que a última vez que vivenciou uma experiência como essa foi em 2001 quando a barragem da Mineração Rio Verde se rompeu em Nova Lima, matando cinco operários. “Eu dirigia caminhão pra mineradora na época. Muito triste”, disse ele.

Em nota, a Vale informou que realizou reuniões para apresentação do plano de emergência em 2018. “A última reunião aconteceu em 28 de novembro, com cerca de 60 membros da comunidade, onde foram apresentados os locais de instalação das sirenes e discutidas as rotas de fuga”, disse a mineradora.

Ela informou ainda que “o simulado a ser realizado pela Defesa Civil Estadual e pela Defesa Civil de Nova Lima, com apoio e participação da Vale, estava previsto para junho deste ano”.

Barragem B3/B4 — Foto: Infográfico: Juliane Monteiro e Karina Almeida/G1

Barragem B3/B4 — Foto: Infográfico: Juliane Monteiro e Karina Almeida/G1

A barragem está entre as dez que a Vale prometeu desativar. A mineradora ainda não se manifestou sobre o caso. Ela tem a mesma classificação da barragem que se rompeu em Brumadinho: baixo risco de ocorrência de acidente, mas alto risco de dano potencial.

Corpo de Bombeiros Militar, Defesa Civil e Polícia Militar foram acionados. Segundo moradores, as pessoas estão sendo levadas de ônibus e táxis para um centro comunitário.

No dia 8 de fevereiro, moradores de Barão de Cocais, na Região Central de Minas Gerais, e de Itatiaiuçu, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, tiveram de sair de suas casas por causa de risco de rompimento de barragens.

Fonte: G1

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