Jovem que recebeu ‘pizza falsa’ em Teresina diz que PIX falso foi ‘brincadeira’ e que está recebendo ameaças

O jovem de 19 anos admitiu ter feito o PIX falso como um trote para a pizzaria. O estabelecimento revidou mandando uma pizza falsa para o cliente.

O jovem de 19 anos, que preferiu não se identificar, que recebeu uma ‘pizza falsa’ de um empresário de Teresina falou ao g1 sobre o caso nesta quinta-feira (28). O rapaz disse que está sendo vítima de difamação porque, segundo ele, o PIX falso foi uma ‘brincadeira’ com a pizzaria e que ele está recebendo ameaças.

RELACIONADA

Pizzaria recebe pagamento falso em pix e envia pedido “fake” em Teresina

O caso aconteceu na segunda-feira (25), quando o jovem resolveu passar um ‘trote’ para a pizzaria, segundo ele. Com a repercussão do caso, ele disse que está sendo criticado pelo que fez.

“”Era só uma brincadeira que se transformou em uma crítica social, as pessoas me julgando. Ai a pizzaria ainda mandou um brinquedozinho, que achei chato porque eu que dei um golpe de R$ 300, da onde que eu fiz isso?”, questionou o jovem.

Paulo Rodrigues sendo entrevistado ao vivoPaulo Rodrigues sendo entrevistado ao vivo    Reprodução / TV Meio Norte

O proprietário da pizzaria, Robson Costa, enviou uma pizza ‘falsa’ – apenas a massa – ao suspeito, após receber um comprovante fraudado de um PIX. Ele informou ao g1, também, que registrou boletim de ocorrência sobre o caso na Polícia Civil.

Depois de ter recebido uma pizza e refrigerante “falsos”, o jovem que tentou dar o golpe do PIX falso na pizzaria respondeu ao estabelecimento com um texto bíblico, tentando justificar a prática como quem “roubou para comer”.

Segundo o empresário, o rapaz enviou uma mensagem que faz referência ao versículo 30 do capítulo 6 dos provérbios bíblicos, que diz: “O ladrão não é desprezado se, faminto, rouba para matar a fome”.

Ele ainda mandou uma mensagem dizendo que 'roubou pra comer' — Foto: Arquivo Pessoal

Ele ainda mandou uma mensagem dizendo que ‘roubou pra comer’ — Foto: Arquivo Pessoal

Ameaças

O jovem apontado como autor do PIX falso disse que depois que a pizzaria divulgou alguns dados seus nas redes sociais, no momento da entrega da pizza, ele passou a receber ameaças.

“Tem várias pessoas mandando mensagem, falando coisas, até ameaças estou recebendo”, declarou.

Outro empresário também recebeu PIX falso

 

Outro empresário informou que o homem estava tentando aplicar o mesmo golpe, dessa vez pedindo cervejas.  — Foto: Arquivo pessoal

Outro empresário informou que o homem estava tentando aplicar o mesmo golpe, dessa vez pedindo cervejas. — Foto: Arquivo pessoal

Outro empresário da região, Antônio Menezes, contou ao g1 que o mesmo número usado pelo suspeito já tinha entrado em contato e enviado comprovantes de PIX que não caíam na conta, com valores de R$ 20.

No dia da entrega da pizza ‘falsa’, Robson gravou a montagem da entrega denunciando o golpe. Assim, o empresário percebeu que a mesma pessoa denunciada por Robson estava em contato com ele tentando comprar uma refeição e cervejas.

“Ele já tinha feito um pedido que foi entregue, só que o rapaz não passa o endereço, ele manda endereço de uma casa onde fica na porta. Ele diz que a casa não tem número, pede pra avisar quando o entregador sair, porque o quarto dele é forrado, ele não escuta no portão e que vai esperar na porta. Nesse dia ele mostrou o PIX no celular e o entregador olhou e confiou”, disse.

Delegado diz que crime é estelionato

O delegado Anchieta Nery, titular da delegacia de crimes de informática, destacou que o ato configura crime de estelionato e que a população estar mais esperta evita esse tipo de crime.

“Você tem que criar uma logística pra saber se aquele dinheiro efetivamente caiu na conta, usar o QR que já vem nas maquinetas de cartão, ou ter funcionário com acesso a conta. Tivemos o caso do dono dessa pizzaria, achei muito bacana, é ótimo ver ladrão se dando mal. Evitamos crimes com vítimas mais espertas”, disse.

Ele orientou ainda que é fundamental que as vítimas procurem a polícia para responsabilizar os autores desses crimes.

“A gente alerta há anos e demora dois, três anos, pra reduzir os casos. Quem faz isso está cometendo estelionato, que pode vir a ser qualificado e quem foi vítima pode procurar a Polícia Civil, que é um procedimento fácil, simples de ser feito, a prova que não tem discussão. A gente precisa responsabilizar criminalmente essas pessoas”, disse.

Por Maria Romero, g1 PI

WhatsApp do Portal Saiba Mais: (89) 99922-3229

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Portal Saiba Mais