Desembargador determina retorno imediato de 100% dos ônibus em Teresina
Em caso de descumprimento da decisão, o Sintetro terá que pagar R$ 50 mil em multas.
O desembargador Téssio da Silva Torres, do Tribunal Regional do Trabalho do Piauí (TRT-PI), determinou nesta terça-feira (14), que volte a circular imediatamente 100% da frota de ônibus em Teresina.
Conforme a liminar, a circulação de 100% da frota deve ser assegurada pelo Sindicato dos Trabalhadores no Transporte Rodoviário (Sintetro) nos horários de pico, entre 6h às 9h e das 17h às 20h de segunda a sexta-feira, e aos sábados das 6h às 9h e das 12h às 15h. Nos outros horários e aos domingos a circulação deve ser de 80%.
A ação contra o Sintetro foi ajuizada pelo Sindicato das Empresas de Transporte Urbano (SETUT). O magistrado, alegou em sua decisão que a greve da categoria compromete a prestação de serviços essenciais à população, como o transporte público e a saúde.
“É fato notório que a cidade de Teresina já sofre há alguns anos com a flagrante deficiência no setor de transporte público, o que atinge diretamente o regular desenvolvimento de outros setores essenciais, uma vez que a população necessita do acesso ao transporte público para, apenas a título de exemplo, ter acesso ao sistema de saúde, serviço indispensável ao atendimento das necessidades inadiáveis da comunidade”, afirmou o desembargador na a liminar.
A greve
A greve dos motoristas e cobradores do transporte público de Teresina foi deflagrada nessa segunda-feira (13), após assembleia geral feita pela categoria. O movimento grevista reflete a falta de acordo entre os trabalhadores e os empresários que dominam o serviço na capital piauiense. Os funcionários cobram o pagamento salarial, vale refeição e plano de saúde.
A crise no transporte público de Teresina se arrasta pelo logo dos anos e piorou com o início da pandemia da covid-19. Além dos trabalhadores que amargam a falta de pagamento, quem sofre mais ainda é a população carente que precisa do transporte público para ir ao trabalho, hospitais, e ir aos locais de estudo.
“A nossa vida já é sofrida com esse transporte que não é de alta qualidade, mas quando ele deixa de nos atender nosso sofrimento quadruplica. Eu não tenho dinheiro para pagar a passagem do transporte coletivo, imagina para pagar R$ 40, R$ 50 em aplicativos. Eu moro no residencial Dilma Rousseff, na zona norte e trabalho na zona sul de Teresina, é algo inviável para mim. E se eu perder meu emprego, quem vai alimentar minha família”, narrou a auxiliar de serviços gerais e estudante, Ana Maria.
Fonte: Lupa1
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