Política

Daniel Noboa, filho de um dos maiores empresários do país, é eleito presidente do Equador

Segundo a AFP, Noboa ganhou com 52% dos votos.

Daniel Noboa, filho de um dos maiores empresários do país, foi eleito presidente do Equador neste domingo (5) com 52% dos votos. Ele disputou o segundo turno com Luisa González, candidata do ex-presidente Rafael Correa, que ficou com 48%, segundo a AFP.

“Com mais de 90% das atas válidas em nível nacional (…) dados que, no Conselho Nacional Eleitoral, consideramos irreversíveis, virtualmente o Equador tem como presidente Daniel Noboa”, anunciou a chefe da autoridade eleitoral, Diana Atamaint.

Mais cedo, por causa da onda de violência no Equador (leia mais abaixo), Noboa foi votar utilizando um colete à prova de balas.

O vencedor receberá as credenciais para governar em 30 de novembro, conforme o cronograma do órgão de governo eleitoral.

Antes do fim da apuração nas urnas, González admitiu a derrota e parabenizou Noboa pela vitória. “Ao candidato, agora presidente eleito, Daniel Noboa, nossas felicitações profundas, porque isso é democracia”, disse a candidata, rodeada de apoiadores em Quito.

Daniel Noboa

 

Daniel Noboa, candidato à presidência do Equador, em agosto de 2023. — Foto: Reprodução/Instagram @danielnoboaok

Daniel Noboa, candidato à presidência do Equador, em agosto de 2023. — Foto: Reprodução/Instagram @danielnoboaok

Ex-deputado e empresário, tem 36 anos. Na Assembleia, foi presidente da Comissão de Desenvolvimento Econômico, que tramitou diversos projetos de lei nas áreas econômica, tributária e de investimentos.

Noboa é filho de um dos maiores empresários do país e ex-candidato presidencial Álvaro Noboa.

Ele concentrou sua campanha na criação de empregos, incentivos fiscais para novos negócios e sentenças de prisão para sonegadores graves de impostos

Noboa, que é casado e tem dois filhos, estudou em universidades nos Estados Unidos e começou a trabalhar na empresa de sua família, a Corporacion Noboa, ainda jovem.

Equador vive onda de violência

A campanha eleitoral deste ano foi marcada pelo assassinato do candidato Fernando Villavicencio, jornalista investigativo morto com tiros na cabeça ao sair de um comício em Quito no início de julho.

Militares acompanham o caixão de Fernando Villavicencio, morto após comício político no Equador — Foto: Henry Romero/Reuters

Militares acompanham o caixão de Fernando Villavicencio, morto após comício político no Equador — Foto: Henry Romero/Reuters

Um grupo criminoso ligado ao tráfico de drogas reivindicou autoria, mas a Promotoria do país continua investigando o caso, que colocou a violência sem precedentes na história recente do país sob os holofotes do mundo inteiro.

Christian Zurita, que substituiu a candidatura de Villavicencio, compareceu à seção eleitoral com forte esquema de segurança, usando um capacete e colete de proteção.

Por que o Equador está votando em eleições antecipadas?

O atual presidente do país, Guillermo Lasso, enfrentava um processo de impeachment, o primeiro na história recente do Equador. Com uma base frágil no Legislativo, ele resolveu dissolver o Congresso e convocar novas eleições. A dissolução da Assembleia Nacional e convocação de novas eleições presidenciais chama-se morte cruzada.

Lasso tinha sido eleito em abril de 2021, e o partido dele havia conquistado 12 cadeiras no Parlamento. O correísmo, a principal força de esquerda no país, tinha 48 deputados.

Ele até poderia se candidatar nas eleições que ele mesmo antecipou, mas preferiu ficar de fora.

Fonte: G1


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