Denúncias sobre imagens de abuso sexual infantil batem recorde no Brasil em 2023

Com um total de 71.867 queixas, esse valor representa um aumento de 28% em relação ao recorde anterior registrado em 2008

Em 2023, as denúncias de imagens de abuso e exploração sexual infantil na internet atingiram um recorde, alcançando o maior número desde o início da série histórica em 2006. Com um total de 71.867 queixas, esse valor representa um aumento de 28% em relação ao recorde anterior registrado em 2008, que contava com 56.115 denúncias. Em comparação com o ano de 2022, observou-se um expressivo aumento de 77,1%. Os dados, divulgados hoje (6), são provenientes da organização não governamental (ONG) Safernet.

Segundo a ONG, três fatores principais foram responsáveis pelo aumento nas denúncias de imagens de abuso e exploração sexual infantil. Estes incluem as demissões em massa realizadas por grandes empresas de tecnologia, que impactaram as equipes de segurança, integridade e moderação de conteúdo de algumas plataformas; a disseminação da venda de imagens de nudez e sexo autogeradas por adolescentes; e a utilização de inteligência artificial na criação desse tipo de conteúdo.

As denúncias de imagens de abuso e exploração sexual infantil, somadas a outras violações de direitos humanos ou crimes de ódio na internet (xenofobia, tráfico de pessoas, intolerância religiosa, neonazismo, apologia a crimes contra a vida, racismo, LGBTfobia, e misoginia) também foram recorde. Em 2023, a Safernet recebeu um total de 101.313 queixas – o recorde anterior, registrado em 2008, totalizou 89.247 denúncias.

Entre os crimes de ódio praticados na internet destacaram-se as altas, em relação a 2022, de 252,25% das denúncias de xenofobia, e de 29,97% de intolerância religiosa na rede. De acordo com a ONG, o crescimento das queixas desses dois crimes está atrelado à guerra na Faixa de Gaza, na Palestina, no Oriente Médio.

Houve queda no número de denúncias de três crimes de ódio entre 2023 e 2022: racismo, que caiu 20,36%; LGBTfobia, -60,57% e misoginia, -57,56%. Segundo a Safernet, a queda nas denúncias desses tipos de crimes em 2023 já era esperada, uma vez que essas denúncias aumentam em anos eleitorais, comportamento registrado em 2018, 2020 e 2022.

Fonte: Agência Brasil


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