“Ela agiu em legítima defesa”, diz defesa da enfermeira Isabelle Brandão
A jovem é acusada de praticar um duplo homicídio na cidade de Parnaíba.
Jacinto Teles Coutinho, advogado de defesa da enfermeira Isabelle Cristina Simplício Brandão, acusada de praticar um duplo homicídio em Parnaíba, disse em entrevista exclusiva ao Lupa1que a jovem ia ser executada pelos homens, e por isso, “não teve outra alternativa a não ser se defender”. A defesa vai ingressar com pedido de liberdade da jovem, que está presa na Penitenciária de Sobral, no Ceará.
O advogado que representa a defesa da enfermeira contou que Isabelle Brandão estava sendo “permanentemente chantageada e ameaçada”, uma vez que os homens eram agiotas. De acordo com o defensor, há aproximadamente 1 ano que ela estava em situação de vulnerabilidade financeira, tendo que recorrer aos agiotas para conseguir um empréstimo.
As informações são que Isabelle conhecia um homem identificado como ‘Pedrinho Caroço’, e que ele teria informado a jovem que conhecia pessoas que poderiam emprestar esse dinheiro. Ela acabou fazendo o empréstimo com Deoclesio Rodrigues Silva de Souza, mas não teve dinheiro para quitar a dívida, já que os juros do empréstimo era aumentado pelos agiotas.
A defesa da enfermeira acredita que ela agiu “em legítima defesa”, uma vez que os agiotas teriam a levado para ser executada em área abandonada de matagal na cidade de Parnaíba.
“A Isabelle agiu em legítima defesa. Veja o terreno baldio para o qual levaram ela, em Parnaíba. Pelas fotos se vê a Hilux neste terreno baldio e muita mata ao arredor. Eles pegaram ela próximo a residência da sua mãe e a conduziram pra esse local. E obviamente que ela já sabia o destino, a desgraça que a esperava. […] Estava o Dioclécio dirigindo a caminhonete, o Pedro, vulgo Pedrinho Caroço, no banco do passageiro e o terceiro estava com ela atrás”, disse.
LiberdadeO advogado Jacinto Teles afirma ainda que será requerido à Justiça o pedido de soltura imediata, para que Isabelle Brandão possa acompanhar a sua filha de apenas 1 ano e 7 meses. Além disso, a jovem tinha se formado em Enfermagem há pouco tempo e tentava ingressar em concursos públicos, mas sem êxito.
“Reitero que Isabelle agiu da forma que agiu, porque não lhe restou outra alternativa. Para que hoje ela estivesse viva, ainda enclausurada. Mas como é isenta de pena, tem que ser colocada em liberdade imediata por ter agido em legítima defesa. Em respeito, inclusive, ao direito da sua filha [da criança], pois o STF já pacificou este direito”, pontuou.
“E sobretudo no perfil dela, não tem nenhum antecedente antes do empréstimo, ela nunca havia sido envolvida, da forma que eles a envolveram, nestes episódios lamentáveis. Residência fixa e um curso superior de enfermagem”, frisou.
Ainda de acordo com o advogado, Deoclesio Rodrigues e José de Maria faziam parte de uma organização criminosa. ‘Pedrinho Caroço’, que também foi alvejado por Isabelle mas conseguiu sobreviver, teria sido preso anteriormente, assim como Deoclesio.
Arma utilizada no crime
Ao ser perguntado pela reportagem se a arma utilizada no crime era da mãe de Isabelle, que é policial penal, o advogado de defesa respondeu que Lúcia Maria de Sousa Simplício não sabia do uso da arma.
“A mãe dela, inclusive, vinha conversando com ela, pra Isabelle dizer que estava vendo. Ela chegou a pegar um dinheiro da mãe e não disse pra que era. Ela vinha omitindo informações pra mãe, porque eles a pressionavam a todo custo.
O Sindicato dos Policiais Penais do Piauí (Sinpoljuspi) emitiu, na quinta-feira (16), uma nota de esclarecimento sobre o caso. O sindicato afirma que é “Fake news” a informação que a mãe de Isabella teria alguma participação no crime.
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“A Policial Penal sustenta, peremptoriamente, que em nenhum momento teve participação na prática do duplo homicídio, posto que se encontrava em sua moradia quando soube da ocorrência, tendo sido surpreendida e ficado abalada com o ocorrido, o que facilmente poderá ser comprovado por testemunhas”, diz trecho da nota.
Entenda o caso
Isabelle Cristina Simplício Brandão foi presa na última quarta-feira (15) na cidade de Camocim, no Ceará, acusada de matar dois homens identificados como Deoclesio Rodrigues Silva de Souza e José de Maria Vieira Lira.
Reprodução
O duplo homicídio aconteceu na terça (14), em que Deoclesio e José Maria foram baleados e mortos. Já Pedro Jorge foi alvejado mas conseguiu cobreviver, dando entrada no Hospital Estadual Dirceu Arcoverde (HEDA), no dia do crime.
Fonte: Lupa1
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