Em reação ao STF, oposição no Senado apresenta pedido de plebiscito sobre aborto

Plebiscito só será realizado se os plenários da Câmara e do Senado aprovarem o pedido.

Senadores de oposição apresentaram nesta terça-feira (26) uma proposta para que um plebiscito — consulta à população por meio do voto — sobre aborto seja feito no Brasil. O plebiscito, porém, só será realizado se os plenários da Câmara e do Senado aprovarem o pedido.

Na sexta-feira (22), o Supremo Tribunal Federal (STF) começou a julgar uma ação que tenta descriminalizar o aborto feito por mulheres com até 12 semanas de gestação. A única ministra a votar até agora, a presidente da corte, Rosa Weber, foi a favor.

Os parlamentares propõem que o eleitor responda “sim” ou “não” à pergunta “Você é a favor da legalização do crime de aborto?”.

O líder da oposição no Senado, Rogério Marinho (PL-RN), avalia que, se o Congresso não debater o tema, estará “dando poder” ao STF.

Reação ao STF

A ala conservadora do Senado tem reagido contra julgamentos em curso no tribunal. Apesar de o STF ter julgado inconstitucional a tese de um marco temporal para demarcação de terras indígenas no Brasil, o relator do tema na Casa, Marcos Rogério (PL-RO), confirmou que o projeto será votado nesta quarta-feira (27) na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). O texto prevê que os povos indígenas só terão direito à demarcação de terras que já eram tradicionalmente ocupadas por eles no dia da promulgação da Constituição, 5 de outubro de 1988.

utro assunto discutido na Casa diz respeito às drogas, já que o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), apresentou proposta para mudar a Constituição e incluir no texto que a posse e o porte de qualquer droga serão considerados crimes. O placar no STF está cinco a um para que o porte de maconha, em pequena quantidade e para uso pessoal, deixe de ser crime. Um pedido de vista (mais tempo para análise do caso) foi apresentado pelo ministro André Mendonça no fim de agosto, o que interrompeu o julgamento.

Um exemplo de consulta pública já realizada no Brasil foi o referendo sobre o Estatuto do Desarmamento, que ocorreu em outubro de 2005. Na ocasião, a população votou contra artigo da lei que proibia o comércio de armas de fogo e munição no país.

No caso do referendo, a população é chamada a dar opinião sobre uma lei já em vigor, enquanto, no caso do plebiscito, a consulta à população é sobre uma possibilidade futura, que ainda não virou regra.


Fonte: G1


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