Ex-PM é condenado a 11 anos de prisão por tentativa de homicídio contra vizinha em Teresina

O crime ocorreu no dia 7 de outubro, em um condomínio da capital. Além da tentativa de homicídio, o ex-policial também responde pelo assassinato do técnico em radiologia Rudson Vieira Batista da Silva.

O ex-policial militar do Piauí Max Kellysson Marques Marreiros, acusado de tentativa de homicídio contra a vizinha em Teresina, foi condenado a 11 anos, um mês e 12 dias de prisão pelo crime. Ele foi condenado por tentativa de homicídio qualificado por motivo fútil, além de injúria, difamação e dano material.

O crime ocorreu no dia 7 de outubro, em um condomínio da capital. Além da tentativa de homicídio, o acusado respondeu ainda por injúria, difamação e dano. O julgamento foi transmitido ao vivo pela 2ª Vara do Tribunal Popular do Júri da Comarca de Teresina.

O julgamento aconteceu nessa quinta-feira (7) e, durante o Tribunal Popular do Júri, ele confessou que agrediu a vítima e alegou estar embriagado e ter sofrido um surto psicótico.

Além da condenação, o juiz determinou que ele seja investigado por tentativa de feminicídio contra a ex-namorada, e por embriaguez ao volante. A ex-namorada dele também teria sido agredida na mesma ocasião que foi objeto do julgamento, mas desistiu de denunciar. Entretanto, a Justiça tem o dever de investigar mesmo sem que a vítima solicite ou mesmo concorde.

Além desse crime, o ex-policial também responde pelo assassinato de Rudson Vieira Batista da Silva. O técnico em radiologia morreu após ser atingido por um tiro em uma casa de shows durante briga com o réu no dia 1º de dezembro de 2019.

Vitima de tentativa de homicídio diz que não conhecia ex-PM que invadiu seu apartamento em Teresina; 'achei que não sairia viva' — Foto: Reprodução

Vitima de tentativa de homicídio diz que não conhecia ex-PM que invadiu seu apartamento em Teresina; ‘achei que não sairia viva’ — Foto: Reprodução

Depoimento

Max Kellysson relatou que saiu com uma sua namorada para um restaurante e, no momento que eles voltavam para casa, o casal teve uma discussão por ciúmes. Quando eles entraram no apartamento, o ex-policial disse que quebrou uma garrafa devido a um ataque de raiva. Em seguida, ele adormeceu.

O ex-policial alegou que, quando acordou, encontrou a porta do seu apartamento trancada. Então, ele arrombou a porta e viu a sua namorada saindo do apartamento da vizinha. Nesse momento, Max Kellysson disse que puxou o cabelo da sua companheira e, logo depois, arrombou a porta do imóvel da vizinha.

“Primeiro, eu dei socos, comecei a quebrar a porta com um extintor de incêndio e abriu um buraco. Eu meti a mão e abri a porta. Essa pessoa que estava no apartamento correu para dentro e eu comecei a quebrar o apartamento”, afirmou Max.

O réu relatou que arrombou a porta do banheiro onde a vítima estava. Em seguida, ele a jogou ela no chão. O ex-policial disse não se lembrar mais do ocorrido depois disso. Max Kellysson disse que voltou ao apartamento da vizinha para buscar um relógio que havia perdido. Depois, ele teria ido para a casa de sua família.

“Acho que foi o maior erro da minha vida”, declarou o réu durante o julgamento.

Max Kellysson Marques Marreiros — Foto: Reprodução

Max Kellysson Marques Marreiros — Foto: Reprodução

Denúncia

Segundo a denúncia, o ex-policial militar Max Kellysson Marques Marreiros abriu um buraco na porta do apartamento da vizinha com um extintor de incêndio e passou a mão para a parte interna, conseguindo destrancá-la com a chave que estava na fechadura.

Em seguida, o homem invadiu o apartamento. A vítima se trancou em um dos banheiros, mas, conforme a denúncia, o acusado também conseguiu arrombar a porta deste cômodo.

Em ato contínuo, Max Kellysson a agarrou e a arrastou pelos cabelos, jogando-a na cama, subindo em cima dela e golpeando-a com socos e tapas em seu rosto e corpo até um momento em que a vítima conseguiu se libertar e correr em direção ao elevador do prédio.

Contudo, ela foi perseguida pelo acusado, que conseguiu golpeá-la e derrubá-la no chão, passando em seguida a estrangulá-la. A agressão só foi interrompida devido à chegada de um morador, que se aproximou e intercedeu.

A vítima aproveitou a momento de distração do agressor, correu para o elevador e desceu para o térreo, onde foi socorrida pelo síndico e o porteiro do condomínio que a abrigaram na guarita de segurança do local.

O ex-policial ainda chegou a seguir a vítima, mas ao ver que ela havia sido abrigada pelo síndico e pelo porteiro, retornou para a apartamento dela e passou a destruir móveis e eletrodomésticos.

Em seguida, Max Kellysson foi ao estacionamento e deixou o condomínio no momento em que a polícia chegou. Ele ainda foi perseguido, mas conseguiu escapar, sendo preso apenas no dia 18 de outubro de 2022.

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