Mais de 40% das adolescentes piauienses não completaram ciclo vacinal contra HPV

Vírus causa, entre outras doenças, câncer do colo do útero; médica defende imunização

Apenas 57% das mulheres entre 11 e 14 anos tomaram a segunda dose da vacina contra o papilomavírus humano (HPV) no Piauí, agente viral responsável por causar, principalmente, o câncer do colo do útero. Para 2023, a estimativa da Fundação Nacional do Câncer é que o estado registre 21 mortes pela doença a cada 100 mil mulheres.

O imunizante contra o HPV, disponibilizado gratuitamente, na faixa etária de 11 a 14 anos, na rede pública de saúde, protege mulheres – e também homens – contra diversas enfermidades, reduzindo os riscos de câncer do colo do útero (70%), câncer anal (90%), câncer de pênis (63%), cânceres de vagina (70%), cânceres de orofaringe (72%) e verrugas genitais (90%).

A médica e professora de Ginecologia na Universidade Federal do Piauí (UFPI), Lia Cruz, explica que, no caso do colo do útero, a região da junção escamocolunar apresenta uma intensa reprodução de células e permite, assim, a entrada do HPV.

“Uma vez que há a invasão (no organismo), o vírus pode incorporar-se ao DNA, provocar alterações progressivas – como displasias ou neoplasias intraepiteliais cervicais (NICs) – e causar o surgimento do tumor”, afirma a médica.

Câncer do colo do útero (Foto: Divulgação/TJCC)

Lia aponta que 90% da população desenvolve imunidade ao entrar em contato com o HPV devido a uma série de fatores: dieta, alimentação, sono e atividade física. Nos 10% restantes, porém, a infecção torna-se persistente.

“Desde a infecção até à evolução do tumor por lesões, em média, é um prazo de dez anos. O tripé da prevenção ao câncer inclui vacina, coleta anual do papanicolau [exame preventivo] e sexo seguro, preferencialmente com uso de preservativo”, ressalta.

Quanto à alegação de que buscar a vacina na adolescência estimula o início precoce da atividade sexual, a médica esclarece que essa linha de pensamento não passa de um mito.

“Vários estudos demonstram outra realidade: as meninas e os meninos vacinados e orientados começam mais tarde”, aponta a especialista, que conclui lembrando que o imunizante contra o HPV pode ser aplicado, até os 45 anos, na rede particular de saúde.


Fonte: Portal ClubeNews


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