PI: Médicos fazem “vaquinha” para arrecadar dinheiro e confeccionar máscaras e aventais no Piauí

Um grupo de médicos do Piauí se reuniu e criou uma vaquinha virtual para arrecadar dinheiro com o objetivo de ajudar no combate à pandemia do coronavírus. O grupo teme pelo desabastecimetno, rede de saúde pública e privada, dos chamados Equipamentos de proteção Individual (EPIs), que incluem máscaras e aventais usados pelos profissionais de saúde do estado.

 A vaquinha virtual tem como objetivo arrecadar R$ 50 mil e já conta com 345 apoiadores, arrecadando o valor de R$37.031,80 até o momento de publicação da matéria. O grupo também espera contar com a parceria de ateliês que confeccionarão os equipamentos. Quem desejar ajudar pode fazer a doação pelo site https://www.vakinha.com.br/vaquinha/covid-piaui.

De acordo com o médico Marcelo Nunes, um dos idealizadores da ação, os hospitais do Paiuí não possuem um estoque suficiente para garantir a proteção dos profissionais de saúde, durante todos os meses da pandemia. Ele afirma que os profissionais estão motivados para o trabalho, mas necessitam dos equipamentos de proteção. 

“A grande preocupação não é o corpo clínico. Os profissionais estão motivadas, mas temos uma preocupação grande com os equipamentos de proteção individual, que não estão em um volume adequado. Esse material é específico porque precisa ser  impermeável, em uma quantidade suficiente para proteger a equipe. Veio a ideia de juntar um recurso financeiro que seja suficiente para comprar a matéria-prima como o TNT, materiais impermeáveis. Estamos enviando o material aos ateliês que se desejam ajudar, e eles estão fazendo toda a confecção dos aventais”, afirma o médico. 

O material confeccionado é enviado para a Vigilância Sanitária antes da distribuição. Isso garante a segurança dos profissionais da saúde e dos pacientes. 

“Todo o material confeccionado é enviado para vigilância sanitária. É feita a validação junto com uma infectologista do material. Isso para garantir que o material é adequado e protege. A vigilância sanitária é que faz a distribuição. Ontem foram distribuídos 40 aventais impermeáveis. Esses aventais serão distribuídos de formas justa para quem trabalha nas UTIs, para atendimento de pacientes com suspeita de coronavírus”, disse.

Marcelo Nunes afirma que o estoque baixo desses materiais é uma realidade que precisa de uma ação ágio para ser solucionada. 

“O estoque é baixo. Uma parte do material que o estado dispõe não são os apropriados. Não tem as barreiras adequadas. Eles estão fazendo a compra. Isso é nítido, tanto o governo quanto as empresas privadas estão tentado fazer as compras. Isso leva um tempo para que as fábricas possam atender a essa demanda. O volume de uso é muito alto. O material é descartado a cada troca de plantão. Por isso que o giro de trocas de plantões é muito alto.  Com certeza alguns hospitais da rede pública já estão passando por essa dificuldade. Mas os da rede privada devem ter algum estoque. Temos a previsão de desabastecimento. A epidemia deve durar 120 dias. São quatro meses de materiais sendo usados em um volume mais alto”, explica.

Algumas empresas do estado já estão se mobilizando e ajudam o grupo com a doação do material para a fabricação das máscaras e aventais. “Todo ateliê que entra em contato, mandamos a matéria-prima. Algumas indústrias como a Guadalajara do Grupo Claudino. E outras lojas de tecido da cidade já fizeram a doação de TNT. Algumas pessoas fazem a doação da matéria-prima e outras doam o dinheiro”, diz. 

Governo deve adquirir material na China

O secretário de Governo, Osmar Júnior, afirma que o estado trabalha para garantir que não ocorra o desabastecimento desses materiais necessários para os profissionais de saúde. Segundo ele, o governo tenta realizar a importação de outros países, como a própria China, onde a pandemia teve início, mas que demonstrar ter conseguir avançar nas medidas de controle da doença. 

O governo se mobiliza. Ontem a Secretaria de Saúde fez contato com fornecedores de todo o Brasil e de outros países.  Fizemos contato com fornecedores de fora do Brasil, como a China. Fizemos contato e aguardamos”, afirmou. 

Lídia Brito/Cidadeverde

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