Piauí continua sem teste rápido para Dengue

Na semana passada, o Ministério Público fez uma inspeção no Lacen e, além desse, identificou outros problemas

Continua o desabastecimento dos kits de testes rápidos para identificar Zika, Dengue e Chikungunya no Piauí. A Secretaria do Estado do Piauí permanece com o processo de licitação para a compra urgente dos produtos e ressalta que o problema é nacional. Na semana passada, o Ministério Público do Piauí (MPPI) fez uma inspeção no prédio do Lacen (Laboratório Central de Saúde Pública Dr. Costa Alvarenga) e, além desse, identificou outros problemas.

No dia 13 de junho deste ano, o Cidadeverde.com divulgou uma matéria sobre o desabastecimento de testes rápidos, após receber uma denúncia anônima. E, desde então, o estado está sem os kits. Ao Site, nesta quarta (04), a Secretaria de Estado da Saúde (Sesapi) comunicou que “os casos de dengue aumentaram e há um desabastecimento nacional desse teste. O pedido já foi feito e o processo está em trâmite” no Piauí. “A Sesapi está buscando junto ao Ministério da Saúde, responsável pela distribuição, a resolução do problema”, diz

A Sesapi acrescentou que é possível identificar os casos utilizando critérios clínicos e epidemiológicos; e adotar o protocolo de tratamento necessário para cada doença. Na oportunidade, ressaltou-se que os kits para o “teste do pezinho” está normalizado.

O Boletim da 34ª Semana Epidemiológica de 2019 divulgado pela Sesapi, nesta semana, confirmou 5.432 casos de dengue neste ano, o que corresponde ao quádruplo de casos se comparado ao mesmo período do ano passado, quando 1.315 pessoas haviam sido diagnosticadas com a dengue no Piauí.

A quantidade de municípios com altos índices de dengue é quase seis vezes maior do que a do ano passado. Em 2018, seis municípios estavam com alta incidência de dengue e outros 13 com média incidência de casos. Este ano, são 34 municípios com alta e 41 com média incidência.

Inspeção no Lacen

A inspeção do MPPI ocorreu na quarta-feira da semana passada, dia 28, pelo promotor de Justiça Eny Marcos Vieira Pontes, da 12ª Promotoria de Justiça, e sua equipe. A vistoria foi acompanhada pela direção do Lacen.

Durante a inspeção, além da falta desses kits, o Ministério Público observou o não uso de equipamentos de ponta por falta de capacitação dos técnicos para operá-los. “Sobre questões estruturais, foi possível observar que o local se encontra comprometido com fungos e falta espaço para determinados setores, sendo que há dois anos foi solicitado ao governo do Estado uma reforma e ampliação do local, que nunca foi iniciada. Outro ponto observado foi a falta do uso de Equipamentos de Proteção Individual (EPI’s) por parte dos servidores”, relatou o MPPI.

A Sesapi informou que ‘quanto aos Equipamentos de Proteção Individual (EPI´s) não existem problemas já que o Lacen possui todos os equipamentos necessários para uso dos servidores. Os equipamentos só são usados nas áreas obrigatórias e de acordo com o protocolo de segurança”.

Sobre a capacitação, “a coordenadora da Qualidade e Biossegurança do Lacen está em Fortaleza fazendo reciclagem em segurança do trabalho e quando retornar a Teresina capacitará os demais servidores do órgão. O Laboratório Central adquiriu recentemente um equipamento mais moderno, com capacidade de realizar até 2.000 mil exames por dia, o que vai melhorar ainda mais o atendimento à população”.

“O treinamento dos servidores que vão manipular a máquina está sendo feito esta semana. Na terça-feira (10), os municípios serão chamados para uma capacitação em relação as novas técnicas que estão em fase de implantação no Lacen”, acrescentou a secretaria.

Por fim, a Sesapi comentou que “a reforma e melhoria do prédio que abriga o Lacen faz parte do plano de investimentos da Secretaria de Saúde e, em breve, será lançado o edital para execução da obra”.

 

Por Carlienne Carpaso (com informações do MPPI)

Cidadeverde.com

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