PL monta plano para a volta de Jair Bolsonaro ao Brasil no mês de abril
A sigla já encomendou uma pesquisa para ajustar o discurso que o presidente deverá entoar nas viagens pelo Brasil
presidente do PL, Valdemar Costa Neto, quer que Bolsonaro e Michele comecem a viajar no primeiro semestre para arregimentar apoios e fortalecer a legenda para a disputa do ano que vem, que ocorrerá em outubro de 2024. Uma das possibilidades é que o ex-presidente retome as motociatas que marcaram suas passagens por diversas cidades durante a campanha eleitoral do ano passado.
Ao menos enquanto o PL ainda não a trata publicamente como um ativo eleitoral, a ela será passada a missão de intensificar o discurso de valores conservadores e atrair mais brasileiras aos quadros do partido.
— A ideia é fazer uma verdadeira força-tarefa pelo Brasil, reforçando o papel de Bolsonaro como o grande líder da direita. Os deputados de cada estado vão acompanhar Bolsonaro, impulsionando essas visitas, existe a possibilidade de fazermos novas motociatas, inclusive. A Michelle não é candidata a nada, mas é a nossa liderança feminina, que certamente vai ajudar muito neste trabalho.
Filho do ex-presidente, o deputado Eduardo Bolsonaro diz que o PL legenda já começou a tratar de valores para botar o plano de pé.
— A vontade do Valdemar e de todos nós é vê-lo conduzindo esse projeto de eleição de nomes da direita. Em 2020, como era presidente, ele não pôde se envolver tanto nas eleições municipais, inclusive por causa da pandemia. Mas agora o cenário é outro, e o PL já ofereceu recursos para custear esse trabalho com a verba do fundo eleitoral.
Em avaliações de cenário feitas a pessoa de sua confiança, Valdemar Costa Neto tem dito que Bolsonaro será determinante no sucesso eleitoral do partido não apenas nas capitais, prioridades da maioria das legendas, mas também nas cidades menores, de até 200 mil habitantes, onde não há segundo turno. Para o cacique do PL, uma visita de Bolsonaro a município com essas características já pode ser determinante para garantir a vitória do candidato do partido, que se elege ao atingir um patamar perto de 25% dos votos.
Nas mesmas conversas, entretanto, Costa Neto admite que não consegue precisar se Bolsonaro voltará, de fato, em abril, visto que já definiu outras datas para retornar e voltou atrás.
Joias
Outro ponto para o qual o PL prepara uma estratégia diz respeito ao discurso que o ex-presidente adotará em relação às joias e outros pertences dados como presente ao estado brasileiro e não devolvidos pelo clã Bolsonaro.
A ideia é que o assunto seja tratado com indiferença e, caso surjam novos detalhes, Bolsonaro mesmo irá dizer que apoia investigações sobre o tema, já que não deve nada. Dirá, porém, que as investigações precisam contemplar também os mandatos petistas, com um pente fino. A imagem de um homem simples, que nunca ostentou bens materiais deve ser trabalhada, em contraponto a escândalos de corrupção durante a gestão petista.
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