Policial penal é denunciado por assediar e ameaçar detenta de morte em penitenciária de Picos

Um policial penal lotado na Penitenciária Feminina Regional de Picos foi denunciado por assediar, ameaçar e pressionar psicologicamente uma presidiária da unidade. As informações são de um relatório encaminhado à Secretaria Estadual de Justiça (Sejus) e obtidos pela OitoMeia no sábado (29/05). Procurada pela reportagem, a Sejus informou estar apurando o fato.

Segundo o que foi relatado pela presidiária, que não terá o nome revelado, as investidas começaram a acontecer quando ela passou a trabalhar na cozinha da prisão, afim de obter redução de pena. No depoimento, ela narrou que o policial penal, de iniciais J.P.O, elogiou seus seios e em outro momento pediu que ela tocasse as partes íntimas dele.

O documento pontuou que a detenta disse ter cedido aos avanços “pelo fato de estar a bastante tempo em situação privada de liberdade e carente” e que acreditava que satisfazendo as vontades do policial teria uma “tratamento diferenciado” das outras apenadas, circunstância que ela afirmou de fato ter acontecido.

A mulher acrescentou que a situação piorou, e que passou a se sentir desconfortável com a situação. Ela já não queria ceder aos assédios. Segundo a vítima, diante da resistência, o homem passou tratá-la de forma que se sentia perseguida e ameaçada. Em seu depoimento, ela contou sentir “muito medo” de J.P.O e que ele havia a ameaçado de morte.

“APENADA TINHA CRISES DE CHORO E PEDIU PARA SER TRANCADA”

O relatório acrescentou que todo o quadro de funcionários da penitenciária notou a mudança de comportamento da jovem. “Encontrava-se em grande parte do tempo cabisbaixa e chorando e quando questionada sobre tal comportamento, a mesma só dizia que estava sofrendo muita pressão e pedia que a trancasse”, escreveu.

Anteriormente, a jovem já havia procurado atendimento social e tinha crises de choro durante os atendimentos: “Permanecia totalmente incapaz de comentar sobre o que estava acontecendo pois, falava que era apenas uma presa, e que sua fala não serviria de nada, apenas para prejudicá-la, pois tinha muito medo de J.P.O”, continuou.

Diante dos fatos apresentados o documento recomendou um olhar abrangente para a situação por parte da Sejus.

O QUE A SEJUS DIZ

Procurada pelo OitoMeia, a Sejus respondeu através da assessoria informou que está apurando o fato, a fim de checar versões e, se for o caso, tomar as providências cabíveis.

Por |Portal Oito Meia

 

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