Presidente da Federação Francesa de Futebol é afastado após acusação de assédio

O presidente da Federação Francesa de Futebol (FFF), Noel Le Graet, foi afastado do cargo nesta quarta-feira após uma reunião de emergência do comitê executivo da entidade.

O dirigente de 81 anos é acusado de assédio sexual, enquanto a Federação é alvo de uma investigação comandada por Amélie Oudéa-Castéra, ministra dos Esportes da França.

Segundo a FFF, Le Graet concordou com o afastamento, que será mantido até a conclusão da apuração. A expectativa é que a investigação termine no final deste mês. Até lá, o vice-presidente Philippe Diallo fica no comando. A diretora geral Florence Hardouin também está temporariamente afastada.

A agente esportiva Sonia Souid diz ter sido assediada sexualmente por Le Graet. Em entrevistas a veículos da imprensa francesa, Souid disse que foi abordada por ele ao longo de quatro anos, entre 2013 e 2017.

“Ele nunca me olhou como uma agente, mas como um bombom para mastigar. Para falar vulgarmente, ele me enxergava como dois peitos e uma bunda”, afirmou a empresária em entrevista ao canal BMF TV.

Após as acusações, a ministra Oudéa-Castéra se pronunciou sobre o caso e disse que o dirigente estava “danificando a imagem do país”. Em seguida, Patrick Anton, diretor do Conselho de Ética da FFF, divulgou um comunicado pedindo para Le Graet renunciar ao cargo.

Nos últimos dias, o presidente também foi criticado por uma fala na qual menosprezou o ex-jogador e hoje treinador Zinedine Zidane.

Na ocasião, disse que “não atenderia o telefone” se o ídolo francês o procurasse para treinar a seleção. Após receber críticas de outros astros do futebol, como Kyllian Mbappé, desculpou-se e afirmou ter consciência da grandeza do ex-meia do Real Madrid para o futebol da França.

O Ministério dos Esportes abriu uma investigação com a FFF como alvo em setembro, após a entidade abrir um processo contra a revista “So Foot”, que divulgou a denúncia de que Le Graet teria assediado várias funcionárias.

A reportagem da revista tem seis páginas com depoimentos anônimos de pessoas que trabalham ou trabalharam na federação. Também foram divulgadas mensagens inapropriadas que teriam sido enviadas pelo dirigente a funcionárias pelo celular.

O presidente afastado causou indignação também ao falar sobre racismo em entrevista à BFM, em setembro de 2020.

“Este fenômeno do racismo não existe no futebol, e no futebol em particular, isso não existe ou quase não existe”, disse após Neymar ser alvo de ataque racistas em um duelo entre Paris Saint-Germain e Olympique de Marselha.

Fonte: Estadão Conteúdo

 

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