Professores da Uespi e governo não chegam a consenso após audiência de conciliação na justiça

O desembargador do Tribunal de Justiça do Piauí (TJ-PI), Agrimar Rodrigues, convocou representantes da classe de professores da Universidade Estadual do Piauí (Uespi), que deflagraram greve há mais de 50 dias, além do secretário de Administração Samuel Pontes, acompanhado da Procuradoria (PGE). Na pauta, a retomada do diálogo entre as partes e a tentativa de um acordo para por fim na paralisação.

Após mais de duas horas de diálogo, não houve consenso. De acordo com a assessoria do Tribunal de Justiça do Piauí, uma nova reunião entre as partes foi agendada para o dia 29 de fevereiro e uma nova audiência de mediação deve acontecer no dia 4 de março.

Durante o encontro de hoje, representantes do Governo do Estado levantam a proposta de 17% de reajuste em 3 parcelas no período de dois anos, mas a categoria não aceitou, em relação ao projeto de lei que propõe alteração no plano de cargos da Uespi foi acordado a retirada da pauta na Alepi.

O que foi debatido

De um lado da mesa, a reivindicação da Associação de Docentes da Uespi (Adcespi) é de um reajuste de 22%. Segundo a professora Lucineide Barros, que coordena o movimento grevista, a categoria aceitaria um escalonamento do reajuste. As modalidades seriam duas: o pagamento de 11% retroativo em janeiro e 11% em maio. Ou o pagamento de 11% retroativo a janeiro agora, com o pagamento da segunda e terceira parcela somente no segundo semestre.

“Estamos reivindicando o reajuste que estamos propondo 22% em 2024, mas também a reposição das perdas que já chegam a 70%, assim como a retirada do PL que altera a nossa condição de trabalho na universidade, retirando a pesquisa e a extensão, além dos cortes nos salários. O Governo criou essa situação. Infelizmente tivemos que vir ao tribunal. É triste, porque acreditávamos que poderia resolver isso administrativamente, porque o governo instituiu uma mesa para isso, mas não tem levado praticamente nada, tem ido de mãos vazias”, declarou argumento sobre a defasagem de reajuste que se extende há 12 anos.

Já o Governo do Estado não tem demonstrado que recuará da decisão de conceder o reajuste de 5,63%. Segundo o secretário Samuel Pontes, a determinação do governador Rafael Fonteles (PT) é que o reajuste linear, que será enviado para a Assembleia Legislativa do Piauí (ALEPI), neste percentual, seja aplicado para todas as categorias do estado.

Foto: Renato Andrade/ Cidadeverde.com

“O percentual de reajuste, o governador tem sempre comunicado isso de forma muito transparente com a população, está sendo analisado pela equipe econômica, já foi feito uma recomendação de um reajuste linear de 5,35% já nesse ano de 2024, com possibilidade também de garantir o mínimo desse reajuste para os anos 2025 e 2026. Então, a gente espera que dentro das possibilidades e de todas as responsabilidades fiscais que o estado tem com a população, que isso também atenda as reivindicações dos servidores e aqui no caso específico da UESPI”, disse Samuel Pontes.

O desembargador Agrimar pontuou a expectativa de que, na audiência de reconciliação, as negociações possam ser retomadas entre as duas partes.

“Estamos bastante objetivos por isso pelas conversas que tivemos anteriormente com ambas as partes, entendemos que vamos. Obter esto e chegar a um consenso”, pontuou.

 

Fonte: Paula Sampaio/Cidade Verde


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