Quase metade das cidades do Piauí podem ficar sem kit intubação

Cerca de 43% dos municípios do Piauí podem sofrer com a falta de medicamentos e de oxigênio para os pacientes internados, já nos próximos dias. É o que aponta nova pesquisa semanal da Confederação Nacional dos Municípios (CNM), divulgada nesta sexta-feira (16), que verificou, ainda, que pouco mais de 38% das cidades no Estado também alegaram que podem ficar sem oxigênio em seus hospitais e centros clínicos voltados para o tratamento de pacientes com a doença.

Trata-se de uma situação que ainda preocupa a todos, ainda mais porque a taxa de ocupação de leitos de UTIs no Piauí continua acima de 90%. De acordo com a entidade, a pesquisa desta semana, realizada entre os dias 12 e 15 de abril, entrevistou quase 3 mil municípios, sendo 42 deles piauienses. Desse total, quase mil informaram o risco de desabastecimento do kit. Ressaltando, que o questionário é feito por meio de um call center próprio da CNM, que possui contato com os gestores municipais de todo o país.

“Dessa forma, os resultados apresentados podem se constituir em um bom cenário da situação em todas as regiões do país”, destacou o presidente da CNM, Glademir Arold , destacando que a entidade também analisa as respostas das questões que se repetiram no mesmo grupo de Municípios participantes das pesquisas com o objetivo de ter uma análise comparativa da evolução destas questões ao longo das semanas. “Quatro pesquisas nesse sentido já foram realizadas”, acrescentou.

Porém, mesmo apresentando esses dados preocupantes, o levantamento não divulga quais cidades participaram da pesquisa. Conforme a assessoria da CNM, a entidade não cita as cidades, apenas informa a quantidade ouvida. No Piauí, por exemplo, exatos 42 municípios, dos 224 existentes, foram procurados e questionados. E no quesito risco de ficar sem os medicamentos do kit intubação o resultado foi o seguinte: 18 informaram que sim (42,9%); 20 que não (47,6%) e outros quatro municípios não responderam.

Uma dessas cidades piauienses que corre o risco de ficar sem os medicamentos é Teresina, pelo menos foi o que confirmou o presidente da Fundação Municipal de Saúde (FMS), Gilberto Albuquerque. Segundo ele, o estoque do kit intubação da capital deve durar no máximo 15 dias. “Temos ainda uma reserva no HUT, que suspendeu as cirurgias eletivas, e assim vamos contornando”, destacou o gestor, ressaltando que os kits estão sendo repassados em pequenas quantidades pelo Ministério da Saúde.

Gilberto Albuquerque, presidente da FMS em Teresina (Foto: Raíssa Morais/ Portal Meio Norte)Gilberto Albuquerque, presidente da FMS em Teresina (Foto: Raíssa Morais/ Portal Meio Norte)

Já a Secretaria Estadual de Saúde (Sesapi) informou que o estoque de medicamentos e oxigênio para a atender a rede de hospitais do Estado está normal. Mas, com a manutenção dos leitos de UTIs ocupados, esse estoque pode durar menos de uma semana. “Isso se deve, também, porque o kit é utilizado não só nas UTIs Covid, mas para pacientes graves que precisam de ventilação, bem como para pacientes que necessitem de alguma cirurgia”, destacou Alderico Tavares, superintendente de rede de média e alta complexidade.

Por | Meio Norte

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