Salve Rainha: Moaci Moura Júnior é condenado a 14 anos de prisão

Moaci Moura Júnior foi condenado a 14 anos de prisão em regime fechado pelos crimes de homicídio doloso contra os irmãos Francisco das Chagas Júnior e Bruno Queiroz e lesão corporal grave contra Jader Damasceno. A sentença foi proferida na noite desta quarta-feira (4) pelo juiz Sandro Francisco Rodrigues, da 2° vara do Tribunal Popular do Júri. A sessão durou mais de 15 horas.

O juiz Sandro Francisco Rodrigues fixou a pena base de 11 anos e 3 meses de reclusão pela morte de Bruno Queiroz , mais 11 anos e 3 meses  pela morte de Francisco das Chagas Júnior e 2 anos e 6 meses pela lesão corporal grave contra Jader. Porém, na hora de analisar o caso por completo, o juiz considerou o concurso formal, ou seja, quando uma só ação provoca mais de um resultado. Então foi extinta a pena menor, que é a lesão corporal e permaneceu a pena maior, que foi aumentada em um quarto. Concluindo, a pena ficou em 14 anos.

Moaci Júnior pode recorrer da sentença do Tribunal do Júri em liberdade.

O JULGAMENTO

 Moaci Moura da Silva Junior confessou durante depoimento no Tribunal do Júri da 2ª Vara de Teresina, que invadiu o semáforo fechado na noite do acidente que matou o fotógrafo e produtor cultural Francisco das Chagas Araújo, o Júnior Araújo, seu irmão, o professor Bruno Queiroz, e provocou ferimentos graves no jornalista Jader Damasceno.

Ele afirmou, chorando , que invadiu o semáforo fechado por medo de assalto. O promotor de Justiça Ubiraci Rocha, disse , em sua acusação que houve dolo de Moaci Moura por estar conduzindo seu carro em alta velocidade e alcoolizado e sabia que suas atitudes poderia causar mortes e provocar lesões corporais, como de fato aconteceu. 

Ubiraci Rocha pediu que os jurados condenassem Moaci Moura de 6 a 20 anos de prisão pelas mortes e a pena de um a cinco anos pela lesão corporal. O julgamento iniciou na manhã de quarta-feira (4) e ouviu nove testemunhas, incluindo o jornalista Jader Damasceno, único sobrevivente das três vítimas que estavam no Fusca que sofreu colisão com o automóvel conduzido por Moaci Júnior, um Corola.

O promotor Ubiraci Rocha afirmou que nos autos do processo consta que Moaci Júnior conduzia embriagado um Corolla quando invadiu o semáforo do cruzamento das avenidas Miguel Rosa e Jacob Almendra, no centro de Teresina, atingindo o Fusca onde estavam Jader Damasceno e os irmãos Francisco das Chagas e Bruno Queiroz, vítimas fatais do acidente no dia 26 de junho de 2015. 

Moaci chorou no final de sua fala e pediu desculpas a Jader Damsceno e ao pai dos irmãos Francisco das Chagas Araújo e Bruno Queiroz, Francisco das Chagas, que hoje enfrenta um câncer.. Para ele, o acidente foi uma fatalidade. 

“Peço perdão ao seu Francisco das Chagas, a toda a família, ao Jader. Eu não queria sair de casa com a intenção de matar ninguém. Foi uma fatalidade que pode acontecer com qualquer pessoa nesse auditório”, falou Moaci Júnior. Ele falou que, após o acidente, foi ao carro das vítimas e tudo estava em silêncio.

 “Eu resolvi pegar o sinal verde. No último sinal eu me deparo com o Fusca branco. Não deu tempo desviar. Teve a colisão. Quando houve a colisão imediatamente o airbag abre no meu rosto, soltando um pó. Eu tirei o cinto de seguranca, saio do carro e vou até às vitimas. Estava silêncio. Só dava pra ouvir o barulho do Fusca”, declarou

Moaci negou ter ingerido bebida alcoólica. Ele disse que a bebida que estava em seu carro, uma garrafa de whisky, foi deixada por um amigo. Ele afirmou ainda que saiu com o braço machucado.

Moaci Júnior falou que seu diagnóstico de embriaguez foi falho porque apenas mandaram fazer um quatro e não conseguiu tocar os braços porque estava com um deles machucado.

Moaci Júnior afirmou que o júri que não se recorda da velocidade em que estava quando teria passado pelos semáforos.

O promotor de Justiça Ubiraci Rocha falou que Moaci Júnior praticou homicídio de natureza grave e evasão do do acidente.

“Não foi um acidente. As mortes e as sequelas na vítima que sobreviveu foram dolosas e por isso julgadas no Tribunal do Júri. Ele já tinha passagem pela polícia por conciliar álcool e direção. Ele estava diante de uma máquina mortal nas condições que conduzia esse veículo. Ele tem um histórico de bebedeira nos bares”, falou Rocha.

O jornalista Jader Damasceno disse que é fácil, depois de quatro anos Moaci Júnior pedir perdão, quando nunca tinha esboçado arrependimenmto antes.

“Perdão? Depois de quatro anos? Se hoje, no meu momento no depoimento ele não esboçava arrependimento nenhum, desculpas nenhuma. Acho fácil vir aqui e pedir perdão” , lamentou Jader que estava abalado e era apoiado por amigos.

O pai de Júnior Araújo e Bruno Queiroz, Francisco das Chagas Araújo chorou durante o depoimento de Moaci Júnior.

Moaci negou estar alcoolizao no momento em que colidiu com o Fusca onde estavam às vítimas.

O promotor Ubiraci Rocha contestou a versão de não embriaguez de Moaci apontando que, no depoimento do acusado em audiência de custódia, ele teria confessado a embriaguez.

Ele mostrou uma fotografia postada por Moaci Júnior em suas redes sociais para rebater a afirmação do acusado que garantiu não ter saído de sua residência durante o tempo em que era investigado. Na fotografia, Moaci Júnior estava com um amigo no bairro Vermelha, na zona Sul de Teresina.

Após os depoimentos de testemunhas e do réu, o Ministério Público apresentou provas que estão nos autos do processo. Perícias com base em análise dos velocímetros dos veículos e em imagens de câmeras apontam uma velocidade entre 97.30 km/h a 101.30 para o Corolla contra a velocidade de 18.59 a 22.73 km/h para o Fusca.

“Ninguém aqui precisa ser especialista em física para saber que o impacto de um veículo com 100 km por hora em um outro veículo a 20 km por hora é fatal . Um estudo dos semáforos da região também confirmou que o sinal estava fechado para o Corola e aberto para às vítimas do Fusca”, disse Ubiraci Rocha.

O Tribunal de Justiça ficou lotado durante todo o julgamento.

Fonte: Meionorte

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