Senador Ciro Nogueira toma posse como ministro da Casa Civil

Senador defende aproximação com Congresso

O presidente Jair Bolsonaro ressaltou, hoje (4), durante a posse do senador Ciro Nogueira (PP-PI) como ministro-chefe da Casa Civil, que a chegada do novo integrante do primeiro escalão do governo reflete um desejo seu de se aproximar do Congresso. Em seu discurso, Bolsonaro afirmou que governo federal e congressistas constituem um só poder.

“A chegada do Ciro Nogueira é uma demonstração de que queremos cada vez mais aprofundar o relacionamento com o Parlamento. E não é a primeira vez que eu digo que Legislativo e Executivo são um só poder. Quase tudo que viermos a discutir aqui passa por lá. E o Parlamento também. Muitos projetos que nascem lá dependem do governo para sua implementação”, disse.

Bolsonaro disse que a relação entre seu governo e o Congresso é “extremamente pacífica, salvo alguns senões”. “O Brasil como um todo vai ganhar com a sua presença aqui, nos articulando com o Parlamento brasileiro”, disse Bolsonaro ao novo ministro.

O senador Ciro Nogueira na Casa Civil reforça a articulação do Planalto com deputados e senadores, na tentativa de emplacar a aprovação de pautas governistas no Congresso.

Considerada o coração do governo, a Casa Civil é uma pasta estratégica para a articulação política do Palácio do Planalto e é responsável pela coordenação entre os ministérios.

Em seu discurso de posse, Ciro Nogueira disse que “teria sido mais fácil” recusar o convite, “mas não teria sido mais certo”. Em sua fala, defendeu a democracia como algo “líquido e certo”.

“[Com] a minha presença, me somando a essa equipe de ministros e ministras, vamos ajudar o Brasil a dar sinais certos para onde estamos indo. O primeiro deles, e não tenha a menor dúvida, a democracia é líquida e certa. E é por ela que eu estou aqui. Para cuidarmos dela, zelarmos por ela”, disse.

Ciro Nogueira afirmou que faz parte do seu dever como ministro conduzir o país às eleições do ano que vem. “Temos agora, até o final do atual governo, um período que conduzirá às eleições de 2022. E é nosso dever preparar o país para chegar às eleições da forma certa, com a economia no prumo certo, com a política ajustada da maneira certa, com a vacinação garantida e certa para todos os brasileiros”.

Confira a seguir o discurso:

Teria sido mais fácil!

Teria sido mais fácil, sim, não enfrentar este desafio neste momento de tantas dificuldades, de tanta radicalização, de tantas críticas.

Teria sido mais fácil.

Teria sido mais fácil, senhor Presidente, me acovardar com um pretexto qualquer, ao receber o cativante e honroso convite de vossa Excelência para integrar o governo, num momento em que tudo está difícil.

Em que o mundo está difícil, a economia está difícil, as pessoas estão difíceis, a realidade está difícil, o Brasil está difícil, a política está difícil, em que o difícil parece ser o novo normal.

Teria sido mais fácil, senhor Presidente, continuar exercendo as minhas funções de senador da República pelo meu amado estado do Piauí, sabendo que poderia, sempre, contar com a lealdade e o prestígio que nunca me faltaram de Vossa Excelência para levar benefícios para os piauienses e realizar, assim, um mandato produtivo como senador.

Tudo isso teria sido mais fácil, senhor Presidente. Mas não teria sido o mais certo.

E essa é a grande questão na vida pública. Não se trata de uma escolha entre o mais fácil e o mais difícil. Mas entre fazer o mais certo. Entre o certo e o errado.

Eu tive a honra de aceitar o convite de Vossa Excelência para assumir a chefia da Casa Civil da Presidência da República, nestes momentos incertos que o país vive, porque isso é o mais certo. Porque, com a minha presença, me somando à equipe de seus ministros e ministras, nós vamos ajudar o Brasil a dar os sinais certos para onde nós estamos indo.

O primeiro deles, senhor Presidente, e que não tenham dúvida: a democracia é líquida e certa. Difícil por natureza, mas é a coisa certa. E é por ela que estou aqui, é por ela que todos estamos aqui, é por ela que Vossa Excelência está aqui: para cuidarmos dela, para zelarmos por ela, para aprofundarmos na diversidade, nas diferenças a nossa realidade democrática.

Minhas amigas e meus amigos,

Este momento representa um ponto de inflexão importante e digno de destaque. A travessia de seu governo, senhor Presidente, durante a maior pandemia da história da humanidade, produziu ondas e abalos gigantescos. Graças ao maior programa assistencial da história do Brasil, os brasileiros não ficaram à deriva. A vacinação agora avança e, em breve, teremos todo o nosso país completamente imunizado e a economia pronta para crescer.

Estamos cruzando o cabo das Tormentas. Das tormentas políticas, das tormentas sociais, econômicas e institucionais. Vossa Excelência é nosso timoneiro, e eu serei como aquele ajudante que estará constantemente ao seu lado, avisando dos perigos no percurso, tentando ajudar a enxergar em meio à névoa e querendo, sempre, auxiliá-lo a encontrar o rumo certo.

Temos agora, até o fim do seu atual governo, um período que conduzirá às eleições de 22. E é nosso dever preparar o país para chegar às eleições da forma certa, com a economia no prumo certo, com a política ajustada da maneira certa, com a vacinação garantida e certa para todos os brasileiros, com o programa de assistência social certo para que os brasileiros não vivam momentos incertos. E, principalmente, com os indicadores econômicos cada vez mais mostrando que o Brasil está dando certo.

Presidente, nós todos sabemos o quanto tudo isso é difícil. Mas eu tenho certeza, Presidente, de que sob a sua liderança nós vamos fazer o que é certo, pois muito do que já está sendo feito é o certo. E no momento certo haverá uma compreensão cada vez mais correta por parte dos brasileiros de tudo de certo que o governo já está fazendo.

E o que é certo, senhor Presidente, pode não ser o mais fácil, pode não ser o aplauso momentâneo. O que é certo pode não ser o mais popular circunstancialmente. O que é certo pode ser muito criticado, pode ser incompreendido.

O que é certo, senhor Presidente, pode ser muitas vezes atacado. O que é certo pode ser vítima de todo o tipo de injustiças e preconceitos. O que é certo pode sofrer todo tipo de dificuldade. Mas ao final, senhor Presidente, a história mostra que, o que é o certo é, e será sempre, o certo.

O certo será reconhecido. O certo será aclamado. O certo será respeitado no momento certo. E é com essa certeza, senhor Presidente, que eu assumo esta difícil missão, mas no lugar certo, para cumprir o dever certo para com o país.

Senhor Presidente,

Não existe um vocabulário da esquerda e outro da direita. Existe, sim, o Brasil e os seus problemas, que temos de enfrentar. Fome e miséria. Não temos vergonha de falar essas palavras. Temos vergonha é que elas continuem existindo e que tenham se ampliado já na crise econômica que o senhor herdou, iniciada em meados da década passada.

E a resposta do seu governo não foram palavras: foram quase dez anos de bolsa família em auxílio assistencial num único ano, para que a fome e a miséria não exterminassem parte dos brasileiros que mais precisavam.

Não temos vergonha de falar em desigualdade social. Temos vergonha é que, apesar dos que nos antecederam, ela ainda continue existindo. E por isso o governo de Vossa Excelência lançará um ambicioso e amplo programa social, com valores mais altos dos benefícios.

Emprego: isso faz parte do nosso vocabulário. Apesar de todas as dificuldades que o seu governo enfrentou e enfrenta, com as reformas e, agora, com a recriação do Ministério do Trabalho e Previdência, vamos acelerar a geração de empregos, vamos acelerar a economia. Seu governo não é de palavras, Presidente. Seu governo não é de palanques. Seu governo é de ações. E são as ações que serão julgadas, no momento certo.

Não posso deixar de ressaltar o simbolismo da escolha de meu nome, por conta de minha origem, que muito me orgulha, para ocupar talvez a função mais delicada e exposta que um político pode exercer, sem ser votado, a de Chefe da Casa Civil.

Vossa Excelência trouxe para cá um nordestino. E não apenas um nordestino. Um nordestino do historicamente esquecido, mas sempre guerreiro e altivo estado do Piauí.

Minha origem é de Pedro Segundo, cidade que guarda as minhas raízes e, aqui, quando a copa de minha trajetória política alcança as altitudes do Planalto, mais do que nunca tenho de olhar para as minhas raízes.

Sua escolha, senhor Presidente, homenageia todos os nordestinos, homenageia todos os piauienses em particular. Podemos dizer que vossa Excelência trouxe para o coração de seu governo um nordestino, para compartilhar com ele uma parte das importantes decisões que tem de tomar.

O Nordeste está no núcleo do poder, Presidente, por decisão sua. Enquanto nordestino, quero agradecer em nome de todos os meus irmãos e irmãs da minha região por essa grande demonstração de confiança no nosso povo do Nordeste.

Senhor Presidente, como todos sabemos, a política muitas vezes provoca choques, tremores, abalos.

E, se me permite uma comparação um tanto fora dos protocolos, eu gostaria que toda vez que Vossa Excelência me visse, lembrasse de um amortecedor.

Acho que é assim que posso ser mais útil ao Brasil, ao governo de Vossa Excelência, à política e às instituições neste momento de grandes trepidações.

Eu quero contribuir tal qual aquele equipamento, que pode estabilizar, diminuir as tensões, ajudar para que esta viagem seja mais serena, estável e confortável para todos.

Meu nome é temperança, meu sobrenome tem de ser equilíbrio.

Não posso deixar de evocar, por fim, a maior figura da história política de meu estado, com quem tenho laços de família, o arquiteto da Democracia, Petrônio Portella, tio-avô de minhas filhas. Fonte de inspiração para todos e para mim, sempre senti a presença próxima de seu exemplo marcante. Lembro-me de que dizia:

–  Em mim, graças a Deus, existe um fator que considero fundamental para um político: a coragem. Coragem que resiste a tudo. Coragem que vence a todas as condições que normalmente levariam qualquer pessoa ao desespero.

Que a coragem e a sabedoria de Petrônio me guiem e me iluminem.

Petrônio, aliás, sempre foi sinônimo da conciliação e da democracia, mesmo nos momentos mais incertos. Petrônio ficou a favor do presidente Joao Goulart, mas, amigo do presidente Castello Branco, não foi excluído e entrou para a Arena, onde se tornou parceiro de Geisel, como presidente do Senado, e de Figueiredo, na transição para a democracia.

Senhor Presidente, o sábio Petrônio nos deixou a lição de que não há problema em mudar de opinião. Mudar de opinião não é contradição. Desde que seja para melhor.

Conte com este amortecedor para que o ambiente, por vezes agitado dos nossos tempos, tenha neste seu leal servidor alguém sempre comprometido com a pacificação, a estabilização, a unidade.

Tenho certeza de que o Brasil está inevitavelmente predestinado a cumprir a profecia de ser um país onde o certo sempre irá vencer o difícil. E é com esse espírito, senhor Presidente, que venho me somar ao governo de Vossa Excelência.

Deus abençoe a todos nós.

O Brasil acima de tudo.

Deus acima de todos.

Viva o povo brasileiro.

Muito obrigado.

Assista à solenidade:

Por Agência Brasil e 180graus

 

 

 

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