Sete piauienses são resgatados de pedreira em condições análogas à escravidão no Paraná

14 trabalhadores, dentre eles, 7 piauienses, foram resgatados em condições análogas à escravidão, em uma pedreira em Mauá da Serra, no norte do Paraná, segundo o Ministério do Trabalho e Previdência (MTE). A informação foi divulgada na última quinta-feira (30).

De acordo com o auditor fiscal do MTE, Edvaldo Santos da Rocha, eles utilizavam bombas caseiras para detonar as rochas, sem qualquer espécie de equipamento de proteção.

O auditor explicou ainda que os trabalhadores faziam a mistura de pólvora com salitre, carvão e enxofre, socavam em uma bomba e colocavam para explodir.

“Explodiam pedras. Precisa ter liberação do exército. Tudo era improvisado no local. Eles criavam a própria pólvora para detonar as rochas”, disse.

Conforme os relatos das vítimas, segundo o auditor, cada um precisava levar a própria ferramenta para realizar os trabalhos.

Situação degradante

Algumas das vítimas, sete, são do Piauí e outras moravam na cidade e trabalhavam quebrando pedras, sem proteção. Os trabalhadores de fora, segundo o auditor, viviam em situações insalubres.

“A situação era degradante, tanto por conta do alojamento, quanto do trabalho”, afirmou.

Parte vivia em um curral com cozinha e colchões improvisados ao lado de animais. Outra parte vivia em tendas montadas com lonas no local onde realizavam o trabalho. As vítimas trabalharam por um período de oito meses nessas condições.

Trabalhadores são resgatados em situação análoga à escravidão — Foto: MTE

Trabalhadores são resgatados em situação análoga à escravidão — Foto: MTE

De acordo com o MTE, as condições que os trabalhadores viviam não atendiam à legislação trabalhista.

Além disso, os trabalhadores precisavam custear gastos com alimentação e produtos pessoais e não conseguiam pagar as dívidas.

“Quando eles recebiam o primeiro salário, o valor dessas compras eram abatidas nas despesas […]. O salário era comprometido”, disse o auditor.

O resgate foi feito na segunda-feira (27), conforme o MTE, e os responsáveis pela pedreira e pela contratação dos trabalhadores foram autuados por trabalho análogo a escravidão, conforme o órgão.

O local foi interditado.

Denúncias de trabalho análogo ao de escravo podem ser feitas de forma anônima no Sistema Ipê, pela internet.

Trabalhadores utilizavam produtos irregulares para fazer explosivos — Foto: MTE

Trabalhadores utilizavam produtos irregulares para fazer explosivos — Foto: MTE

Resgate

Os trabalhadores foram levados para um hotel, onde receberam banho e alimentação. Eles agudam o pagamento dos direitos trabalhistas, segundo o MTE.

A Câmara Municipal do município foi usada para os trabalhadores serem ouvidos por auditores e procuradores. Parte deles retornaram para residência.

Trabalhadores resgatados — Foto: MTE

Trabalhadores resgatados — Foto: MTE

Veja fotos do local:

Trabalhadores são resgatados em situação análoga à escravidão — Foto: MTE/divulgação

Trabalhadores são resgatados em situação análoga à escravidão — Foto: MTE/divulgação

Trabalhadores são resgatados em situação análoga à escravidão — Foto: MTE

Trabalhadores são resgatados em situação análoga à escravidão — Foto: MTE

Trabalhadores são resgatados em situação análoga à escravidão — Foto: MTE

Trabalhadores são resgatados em situação análoga à escravidão — Foto: MTE

 

 

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