Tempestade de poeira faz dia ‘virar noite’ em MS
Em razão do vendaval, destelhamentos e acidentes de trânsito foram registrados
Uma tempestade de poeira cobriu o céu em diversas cidades de Mato Grosso do Sul nesta sexta-feira, 15. As nuvens chegaram à capital do Estado, Campo Grande, por volta das 14h50. O fenômeno causou estragos na região.
Em razão do vendaval, destelhamentos e acidentes de trânsito já foram registrados na cidade. Para lidar com a situação, as forças de segurança e o Corpo de Bombeiros foram acionados.
De acordo com a Defesa Civil do Estado, os ventos passaram dos 88 quilômetros por hora. Por volta das 15 horas, os bombeiros registraram pelo menos 50 quedas de árvores.
ATENÇÃO: Dia ‘vira noite’ com temporal de poeira que encobriu Campo Grande e outras cidades vizinhas em Mato Grosso do Sul nesta sexta-feira (15). Interestelar? pic.twitter.com/SbuyKFn7g7
— Astronomiaum 🌎 🚀 (@Astronomiaum) October 15, 2021
E tem mais
A prefeitura de Dourados, a 229 quilômetros de Campo Grande, decretou situação de emergência no município depois da tempestade de poeira que deixou rastros de destruição por onde passou. “A ocorrência compromete nossa capacidade de resposta”, informou a administração em nota. “Há necessidade de restabelecimento da ordem pública.”
Campo Grande, Mato Grosso do Sul, 14:30.
O Brasil virando POEIRA. pic.twitter.com/ElJbFPksNw
— O FISCAL do IBAMA (@fiscaldoibama) October 15, 2021
Fenômeno da natureza
Em regiões desérticas como Saara e Sudão, o fenômeno observado em Mato Grosso do Sul é conhecido como haboob — derivação de habb, em árabe, que significa vento.
De acordo com o climatologista Ricardo Felício, é comum tempestades de poeira ocorrerem em períodos de seca. “Trata-se de um processo de adubação natural decorrente de um período de transição climática de uma estação mais fria para outra mais quente”, explicou em entrevista a Oeste. A adubação natural acontece porque o vento forte carrega os restos de matéria orgânica vegetal e animal, como folhas, cascas, ossos e fezes, que formam a poeira.
Felício ainda desmente as afirmações de que o agronegócio é responsável pela tempestade de poeira. “A contribuição do agro nesse fenômeno é mínima”, afirmou. “Isso porque os produtores rurais fazem a chamada palhada do solo”, acrescentou, ao explicar que, nesse sistema, a matéria orgânica — plantas, galhos, folhas e raízes — é triturada pelos agricultores e pulverizada de volta na terra. Essa ação protege o solo do fenômeno haboob.
Vendaval em Campo Grande no Mato Grosso do Sul quase leva senhora em ventos a mais de 100km/h pic.twitter.com/slVeGNHM7M
— Garoto do blog (@garotxdoblogofc) October 15, 2021
Por Revista Oeste