Vistoria em Cânion do Rio Poti identifica áreas de perigo e alerta para visitação em períodos chuvosos
Geólogos e representantes da Secretaria do Meio Ambiente e Recursos Hídricos e do Corpo de Bombeiros Militar do Piauí realizaram avaliação no período de 14 a 25 de fevereiro deste ano.
O Serviço Geológico do Brasil informou que o Cânion do Rio Poti, localizado em Buriti dos Montes, a 230 km de Teresina, não oferece riscos iminentes de desabamento. O resultado da vistoria, realizada entre 14 e 25 de fevereiro deste ano, foi divulgado nesta quinta-feira (14).
As atividades ecoturísticas no Cânion do Rio Poti seguem suspensas desde o dia 11 de janeiro, quando foi solicitada a avaliação de riscos e segurança pela Secretaria do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Semar).
A medida protetiva foi tomada após o desabamento de uma rocha no Lago de Furnas, em Minas Gerais, que deixou dez pessoas mortas. Ao todo, foram analisados 15 trechos do cânion piauiense.
A vistoria, que também reuniu representantes do Corpo de Bombeiros Militar do Piauí, identificou e sinalizou áreas de maior perigo.
Os trechos do Cânion do Rio Poti utilizados para banho e prática de rapel têm maior necessidade de monitoramento constante e não são recomendados em períodos chuvosos, conforme o Serviço Geológico do Brasil (confira os trechos ao fim da reportagem).
“Fica evidente a necessidade de atenção constante por toda a extensão da área utilizada para atividades turísticas. Em maior ou menor proporção, as encostas são íngremes e com blocos de baixa a média instabilidade e suscetibilidade a risco, dependendo da conjunção de outros fatores climáticos”, diz trecho do relatório da avaliação.
O estudo não constatou sinais de movimentação de massa ou “fatores potencializadores de desastres”, que podem provocar deslizamentos, rolamentos e tombamentos de blocos, ou erosão pluvial e fluvial. No entanto, geólogos ressaltam que o baixo risco não significa a impossibilidade de acidentes.
“É importante ressaltar que nunca haverá risco zero nas atividades turísticas a serem realizadas em áreas de cânions, mesmo após a implantação das contenções e do plano de monitoramento com instrumentações, já que o ambiente geológico natural tem processos de movimentos gravitacionais de massa complexos, intensos, dinâmicos e com evolução quase que diária”.
“As pessoas devem compreender, conhecer e estarem conscientes dos riscos associados não somente nos cânions, mas em qualquer atividade que seja desenvolvida em ambiente natural”, informou o Serviço Geológico do Brasil.
Confira os trechos fiscalizados
Trecho 1
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Trecho um, de 15, do Cânion do Rio Poti, no Piauí — Foto: Reprodução
Presença de muitos blocos soltos como resultado do desmantelamento rochoso, mas sem indicativo de risco iminente.
Trecho 2
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Trecho dois, de 15, do Cânion Rio Poti, no Piauí — Foto: Reprodução
Presença de fraturas fechadas e abertas, e blocos instáveis, que potencializam o movimento pela encosta íngreme.
Trecho 3
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Trecho três, de 15, do Cânion Rio Poti, no Piauí — Foto: Reprodução
Paredões com declividade baixa, possuem cicatrizes indicativas de queda de blocos.
Trecho 4
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Trecho quatro, de 15, do Cânion Rio Poti, no Piauí — Foto: Reprodução
Presença de blocos em balanço, demonstra instabilidade rochosa.
Trecho 5
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Trecho cinco, de 15, do Cânion Rio Poti, no Piauí — Foto: Reprodução
Presença de cicatrizes de quedas de blocos e de decomposição do material. Ponto com parada para banho não recomendado em período chuvoso.
Trecho 6
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Trecho seis, de 15, do Cânion Rio Poti, no Piauí — Foto: Reprodução
Encosta íngreme, com muitos blocos rolados à margem do canal e com probabilidade de escorregar no topo.
Trecho 7
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Trecho cinco, de 15, do Cânion Rio Poti, no Piauí — Foto: Reprodução
Encosta com cicatrizes de queda de blocos recentes com muitos blocos instáveis no topo.
Trecho 8
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Trecho oito, de 15, do Cânion Rio Poti, no Piauí — Foto: Reprodução
Encosta íngreme com sinais de movimentação de massa por desplacamento, quedas e deslizamento de blocos.
Trecho 9
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Trecho nove, de 15, do Cânion Rio Poti, no Piauí — Foto: Reprodução
Encosta de elevada inclinação com movimentação de blocos, posicionados na borda do patamar do relevo e com forte tendência a deslizar ou tombar.
Trecho 10
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Trecho 10, de 15, do Cânion Rio Poti, no Piauí — Foto: Reprodução
Trecho sob efeito de erosão da água na base da encosta, que deixa blocos sem sustentação e com possibilidade de queda ou desmoronamento.
Trecho 11
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Trecho 11, de 15, do Cânion Rio Poti, no Piauí — Foto: Reprodução
Este trecho caracteriza-se pela presença significativa de blocos instáveis no topo de toda a encosta e sujeitos a processos de tombamento.
Trecho 12
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Trecho 12, de 15, do Cânion Rio Poti, no Piauí — Foto: Reprodução
Marcas de ação erosiva da água e de forte ação do intemperismo entre camadas com decomposição dos níveis mais finos, com maior suscetibilidade ao movimento.
Trecho 13
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Trecho 13, de 15, do Cânion Rio Poti, no Piauí — Foto: Reprodução
Blocos instáveis. Trecho que precisa de monitoramento e não utilização para paradas e banho.
Trecho 14
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Trecho 14, de 15, do Cânion Rio Poti, no Piauí — Foto: Reprodução
Paredões com evidente desgaste erosivo na base pela ação da movimentação da água, facilitando a queda de blocos. Trecho inadequado para visitação em período chuvoso.
Trecho 15
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Trecho 15 do Cânion Rio Poti, no Piauí — Foto: Reprodução
Encosta com planos verticais e horizontais de instabilização, cicatrizes de queda de blocos e sem sustentação presente na porção média e base. Risco de movimentos bruscos de queda de blocos de dimensões consideráveis.
Por Ilanna Serena*, g1 PI *Estagiária sob supervisão de Lucas Marreiros
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