Mulher morre após cirurgias plásticas no Piauí e filha da vítima denuncia médico

Brysa Mesquita denuncia o cirurgião plástico de realizar procedimentos estéticos na mãe não autorizados. Entretanto, o médico afirma que a escolha da lipoescultura e aplicação de enxerto de gordura no glúteo ocorreu em comum acordo.

A empreendedora Benedita Mesquita Ramos Rocha, de 38 anos, morreu na última sexta-feira (24) em um hospital particular de Teresina após 21 dias da realização de procedimentos estéticos. A filha da vítima, Brysa Mesquita, denuncia o cirurgião plástico responsável pelo caso de ter realizado procedimentos não autorizados pela paciente.

Benedita teria solicitado a lipoaspiração e cirurgia plástica nos braços, segundo a filha. Ao invés disso, o médico realizou lipoescultura e aplicação de enxerto de gordura no glúteo.

Em nota, o cirurgião plástico afirmou que “na consulta, em comum acordo, acertamos a realização de lipoescultura de corpo inteiro, além de enxertia de gordura em região sacra e glúteo superior para refinamento de cirurgia prévia”.

Segundo o médico, a paciente “adquiriu uma bactéria (Escherichia coli), com perfil não hospitalar, e que, infelizmente, evoluiu de forma grave com sepse generalizada” (confira a nota ao fim da reportagem).

Termos de consentimento assinados pela vítima — Foto: Arquivo Pessoal /Brysa Mesquita

Termos de consentimento assinados pela vítima — Foto: Arquivo Pessoal /Brysa Mesquita

A empreendedora entrou em contato com o cirurgião plástico em agosto deste ano. No dia 12, Benedita realizou os exames necessários para ser submetida às cirurgias. Os termos de consentimento foram assinados no dia 23 de agosto (veja acima). Os procedimentos foram marcados para o dia 3 de setembro. No dia seguinte, já em casa, a filha da paciente contou que ela começou a sentir dores no bumbum.

“No dia 5, a minha mãe começou a reclamar de dor. No dia 7 de setembro, fomos para o hospital. Ficamos de 12h até 19h. Voltamos para casa porque a liberaram, mas no dia seguinte, ela voltou porque ainda sentia muitas dores no bumbum. Minha mãe ficou internada na sala de observação. O cirurgião foi ver como ela estava e disse que não queria encaminhá-la para a UTI, sendo que havia uma médica afirmando a transferência”, disse Brysa.

Quando Benedita foi para o apartamento da unidade de saúde, uma médica informou que ela deveria ser encaminhada para a UTI. A empreendedora passou 16 dias internada no setor até o seu falecimento.

Ao g1, Brysa Mesquita contou que vai registrar um boletim de ocorrência. Segundo ela, o seu advogado está tomando todas as medidas necessárias.

Confira a nota do cirurgião plástico:

Primeiramente, gostaria de manifestar o meu mais profundo e sincero pesar pelo falecimento da senhora Benedita Mesquita. Solidarizo-me com a família neste momento de dor.

É importante esclarecer que a paciente me procurou, em julho de 2021, pela confiança em mim depositada, em virtude de outros procedimentos cirúrgicos estéticos executados anteriormente. Na consulta, em comum acordo, acertamos a realização de lipoescultura de corpo inteiro, além de enxertia de gordura em região sacra e glúteo superior para refinamento de cirurgia prévia.

Em setembro de 2021, procedemos com a cirurgia, contudo, a paciente adquiriu uma bactéria (Escherichia Coli), com perfil não hospitalar, e que, infelizmente, evoluiu de forma grave com sepse generalizada.

Desde o período pós-operatório e internação em UTI, a paciente teve toda a assistência necessária, com todo o aparato mais moderno disponível, bem como acompanhamento diário realizado por mim e pela equipe médica do hospital onde estava internada. Mesmo assim, infelizmente, evoluiu para óbito.

Mais uma vez, lamento a perda e adianto que estou à disposição da família para qualquer assistência que seja necessária, bem como para demais esclarecimentos.

Por Laura Moura, g1 PI

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