Câmara aprova projeto que cria bancada negra com cadeira entre líderes

Câmara tem 31 deputados pretos e 91 pardos, o que corresponde somente a 24% dos 513 parlamentares.

Projeto que cria a bancada negra foi aprovada, nesta quarta-feira, 1º, pela Câmara dos Deputados em votação simbólica. O projeto foi apresentado pelos parlamentares Talíria Petrone (PSOL-RJ) e Damião Feliciano (União Brasil-PB). Essa medida foi negociada por parlamentares negros com o objetivo de dar mais destaque às pautas raciais na Casa Legislativa. Para que o projeto seja efetivado e incluído no regimento interno, agora depende da promulgação pelo presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL).

Com relatoria do deputado Antonio Brito (PSD-BA), o projeto estabelece que a bancada negra terá um representante no colégio de líderes, um grupo que reúne lideranças de todos os partidos na Câmara e decide quais projetos serão votados. Além disso, o grupo terá um tempo de cinco minutos reservado para comunicações de liderança no plenário.

bancada negra será composta por parlamentares que se autodeclararam negros no momento de registro de candidatura das eleições. A cada 20 de novembro, a coordenação geral e as três vices-coordenadorias serão escolhidas por maioria absoluta de votos. Segundo o projeto, a Câmara tem 31 deputados pretos e 91 pardos, o que corresponde somente a 24% dos 513 parlamentares.

O projeto destaca a sub-representação de pretos e pardos na Câmara, com apenas 24% dos 513 parlamentares pertencendo a esses grupos. A iniciativa foi amplamente apoiada pelos parlamentares, com exceção do Partido Novo, da minoria e da oposição, que se posicionaram contra. O Partido Liberal (PL) optou por liberar a bancada para tomar sua própria decisão em relação à proposta. A criação da bancada negra representa um marco importante na busca por maior representatividade e destaque das questões raciais na política brasileira.

Após ter dedicado maior parte de sua vida à política, a deputada Benedita da Silva (PT-RJ) afirmou que o sentimento é de recompensa. “Eu agora tenho uma bancada, eu agora tenho uma frente que vai dar continuidade a uma luta de séculos e séculos”, disse, enfatizando que na Casa, a questão não foi partidária e não deve ser partidária. “É somente reconhecer na maioria da população aquilo que ela tem de direito. Ela deve ter protagonismo e é o que nós iremos proporcionar através dessa frente. O protagonismo da maioria da população brasileira, sem excluir os demais”, disse.

Fonte: Meio Norte


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