Caso Donizetti Adalto: julgamento de Djalma Filho é adiado pela 3ª vez em cinco meses; crime tem quase 24 anos

Donizete Adalto foi assassinado em 19 de setembro de 1998. O julgamento já foi adiado duas vezes, anteriormente, nos últimos cinco meses. Em uma das vezes, o acusado alegou que não tinha advogado.

Foi adiado pela terceira vez, em cinco meses, o julgamento do ex-vereador e advogado Djalma Filho, um dos acusados de matar o jornalista Donizetti Adalto. O julgamento aconteceria nesta quinta-feira (24), quase 24 anos após o crime. Donizetti foi morto em 19 de setembro de 1998 em Teresina e o julgamento aconteceria no Tribunal Popular do Júri, na capital.

O julgamento já foi adiado duas vezes anteriormente. Em uma das vezes, o acusado alegou que não tinha advogado.

Na segunda vez, o advogado que assumiu o caso pediu tempo para se inteirar dos autos do processo.

A sessão havia sido transferida então para esta quinta, mas foi novamente suspensa e transferida para 27 de abril de 2022.

São acusados do crime e irão a julgamento:

  • o ex-vereador e professor universitário Djalma Filho;
  • Fabrício de Jesus Costa Lima, motorista;
  • João Evangelista de Meneses, conhecido como ‘Pezão’, policial civil;
  • Ricardo Luís Alvez de Sousa – policial civil;
  • Sérgio Ricardo do Nascimento Silva, motorista.

O juiz Antônio Nolleto determinou o início do julgamento pelo Tribunal do Júri, que julga crimes dolosos contra a vida. A decisão de pronúncia ao Tribunal Popular do Júri veio após serem anexados ao processo dois laudos da Perícia Criminal do Piauí produzidos em 1998, feitos em armas de fogo que teriam sido utilizadas no crime.

De acordo com o laudo, dois projéteis encontrados no corpo de Donizete Adalto foram disparados por uma das armas analisadas, um revólver calibre 38 da marca Rossi.

A inclusão dos laudos periciais no processo foram pedidos da defesa do ex-vereador Djalma Filho. Os pedidos foram feitos em 2019 e foram parcialmente acolhidos pelo juiz. Outras solicitações semelhantes por perícias e laudos técnicos foram feitos antes pela defesa.

Os laudos periciais teriam sido encontrados apenas em 2021. Com a inclusão no processo, o julgamento estaria pronto para ser iniciado, 23 anos após o crime.

O crime

O jornalista paraense Donizete Adalto foi espancado e assassinado a tiros na madrugada do dia 19 de setembro de 1998, na Avenida Marechal Castelo Branco, no bairro Primavera, em Teresina.

Na época ele era candidato a deputado federal pelo PPS. O ex-vereador Djalma Filho estava no carro com a vítima e, conforme denúncia do Ministério Público, teria sido o mandante do crime.

Conforme relatos dos acusados e de outras testemunhas no processo, Djalma teria conduzido o veículo com Donizete no banco do passageiro, dando ordem para que Sérgio Ricardo do Nascimento Silva, em uma Kombi usada em campanha política, seguisse o carro. Assim também, outro carro deveria acompanhá-los para que Djalma pudesse fugir após o crime.

Em um determinado momento, conforme o processo, a Kombi interceptou o veículo onde estava Donizete e dois homens desceram do veículo, que seriam Sérgio Ricardo do Nascimento e João Evangelista de Meneses, o Pezão. Dois tiros foram disparados por eles e o jornalista morreu no local. Um deles teria dado ainda coronhadas em Donizete, para confirmar se estava morto.

Djalma foi visto correndo em direção ao outro veículo, assim como o autor dos disparos retornou à Kombi. Em depoimento, o ex-vereador Djalma filho afirmou que os dois foram abordados por homens em motocicletas, o que foi negado pelas testemunhas e pelos outros envolvidos no caso, alguns dos quais confessaram participação.

Valores entre R$ 1 mil e R$ 6 mil teriam sido pagos para os envolvidos no crime. Quebra de sigilo telefônico e bancário, conforme a denúncia, indicaram a relação entre os acusados.

Por G1 PI

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