Covardia em vídeo: Vídeo: jornalista da TV Clube é agredida após partida de futebol no Piauí

A jornalista Emanuele Madeira, que trabalha para o Globo Esporte, da TV Clube, foi agredida na noite desta quarta-feira (05/05) após o jogo Altos e Fluminense do Piauí.

A profissional filmava uma confusão entre o técnico do Fluminense e o presidente do Jacaré quando um homem vestido com  um uniforme do Altos tomou seu celular, foi agredida e foi agarrada pelo pescoço.

A cena foi filmada por um colega de Emanuele. Um boletim de ocorrência foi registrada e o homem  foi identificado como  João Paulo dos Anjos, conhecido como Joãozinho.

Um cinegrafista da TV Clube também foi ameaçado por outro homem que estava no local.

Assista ao vídeo:

Federação de Futebol do Piauí se manifesta
Diante dos fatos ocorridos no Estádio Municipal Felipe Raulino, Felipão, na cidade de Altos, logo após o jogo entre Altos e Fluminense, válido pela 9ª rodada da Série A do Campeonato Piauiense de Futebol, a Federação de Futebol do Piauí prestou esclarecimentos:

A FFP informa que identificou a pessoa que usava o uniforme da Associação Atlética de Altos e agrediu a repórter Emanuele Madeira, do Globo Esporte (GE.com), da TV Rádio Clube, afiliada da Rede Globo no Piauí, enquanto a profissional exercia o seu trabalho: João Paulo dos Anjos Abreu, mais conhecido como Joãozinho. A FFP esclarece que João Paulo foi autorizado a entrar no estádio por estar relacionado no staff do clube, exercendo a função de auxiliar de Centro de Pesquisa e Análise (CPA).

A FFP informa que após apuração do caso baixou uma resolução suspendendo permanentemente a entrada de João Paulo dos Anjos Abreu nas praças esportivas em dias de quaisquer jogos promovidos pela entidade e pela CBF, mesmo que o seu nome apareça relacionado na pré-escala do clube. A FFP esclarece que a proibição irá perdurar enquanto houver restrições de acesso de torcedores aos estádios, em virtude da pandemia.

A mentora comunica, ainda, que já encaminhou ao Tribunal de Justiça Desportiva do Piauí (TJD-PI) o relatório do delegado da partida, bem como a súmula do jogo, ficando a cargo do órgão analise dos fatos, bem como as medidas e possíveis sanções a serem adotadas.

A FFP repudia com veemência a atitude de João Paulo e manifesta sua solidariedade à jornalista Emanuele Madeira, que tem exercido a profissão com o estrito senso profissional que caracteriza a prática saudável do jornalismo. Rechaçamos todo e qualquer tipo de violência contra as mulheres e não compartilhamos do pensamento de pessoas que ainda não compreenderam que lugar de mulher é onde ela quiser.

Repúdio de órgãos
Vários órgãos manifestaram repúdio com o ocorrido, como o Sindicato dos Jornalistas do Piauí, a ordem dos Advogados do Brasil no Piauí.

Sindjor-PI
O Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Estado do Piauí (Sindjor/PI) e a Federação Nacional dos Jornalistas (FENAJ) vêm a público repudiar e condenar veementemente as agressões físicas e morais sofridas pela jornalista Emanuele Madeira, do Globo Esporte (GE), da TV Rádio Clube, afiliada da Rede Globo no Piauí, agredida por um homem que usava o uniforme do Altos, do Piauí, durante confusão generalizada do clube com o Fluminense-PI. A agressão aconteceu na noite dessa quarta-feira, (05/05), no Estádio Felipão, no município de Altos, a 40 km de Teresina, após partida da 9ª rodada do campeonato estadual.

Um bate-boca entre o técnico Wallace Lemos, do Flu-PI, e o presidente do Altos-PI, Warton Lacerda, desencadeou uma batalha campal na porta dos vestiários do estádio Felipão.

Enquanto filmava a briga, Emanuele Madeira teve o celular arrancado a força e foi agredida covardemente no braço por esse homem, que depois a agarrou pelo pescoço, se recusando a devolver o material de trabalho da profissional, num verdadeiro atentado machista e de desrespeito ao direito constitucional de liberdade de imprensa e do pleno exercício do jornalismo.

Assim como Emanuele Madeira, profissionais de imprensa também presentes na cobertura jornalística a atividade esportiva sofreram agressões morais e ameaças. Estes atentados exigem apuração e punição aos agressores por parte da Federação de Futebol do Piauí (FFP), bem como investigação das autoridades policiais conforme Boletim de Ocorrência registrado na Delegacia de Polícia de Altos.

Cabe ao Sindjor-PI e Fenaj cumprirem o dever e papel em defender a categoria, quer seja filiados ou não, a defesa incondicional do livre exercício da profissão de jornalista e o direito constitucional da sociedade à informação. Essa é a obrigação primeira do Sindjor-PI e Fenaj, que não pode silenciar quando esses valores democráticos estão sob ameaça.

O Sindjor-PI e Fenaj estarão cobrando tanto da parte da FFP como das autoridades policiais do Estado apuração dos fatos para as providências conforme a lei exige, como também exigindo segurança aos profissionais de imprensa nas cobertura nos estágios de futebol no Piauí.

OAB-PI
A OAB Piauí, por meio das Comissões de Direito Desportivo, da Mulher Advogada e de Liberdade de Imprensa e Expressão, repudia veementemente os atos de violência ocorridos, nessa quarta-feira (05), no estádio Felipão, localizado em Altos, durante o jogo entre os times Altos e Fluminense do Piauí. Na ocasião, a jornalista Emanuele Madeira foi covardemente agredida no exercício de sua profissão.

A Comissão entende o esporte como instrumento de socialização e integração social. O futebol, em específico, levanta a bandeira da coletividade e respeito ao adversário. Assim, cenas como essa são inaceitáveis em uma sociedade democrática, onde a liberdade de imprensa é um direito, bem como o livre exercício da profissão. Quando um jornalista é agredido, não é apenas um profissional que se fere, mas toda a sociedade, pois o que se tentou, com esse ato covarde, foi calar a liberdade de imprensa e tolher, de toda a sociedade, o direito a informação.

Ressalta-se ainda a violência contra a mulher também relacionada a esse caso, violência esta que, como toda agressão de gênero, não conhece fronteiras geográficas, étnicas, sociais, religiosas ou econômicas, e devem ser denunciadas e combatidas. A OAB Piauí não aceitará que atitudes como essa fiquem impunes. Em um estado onde a violência contra a mulher ainda alcança altos índices, a Seccional jamais será silente, sob pena de ser omissa e conivente com qualquer tipo de agressão.

A Seccional destaca ainda que a culpa pela violência nunca é da vítima e se posiciona contra todo tipo de julgamento sobre o perfil da profissional ou, ainda, outros aspectos que transfiram o foco dos fatos e da figura do autor para a vítima.

Portanto, diante da gravidade dos fatos, a OAB Piauí lamenta e repudia, com veemência, a agressão contra a jornalista Emanuele Madeira e reforça que acompanhará o caso com o intuito de preservar os direitos da vítima, a sua imagem profissional e o devido processo legal para todos os envolvidos.

Dalva Fernandes (Presidente da Comissão da Mulher Advogada)

Carlito de Sousa (Presidente da Comissão de Direito Desportivo)

Wilson Gondim (Presidente da Comissão de Liberdade de Imprensa e Expressão)

Por | 180graus

 

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