Isolada, seleção tem almoço dividido e banho nos quartos por causa da covid-19

Há anos os treinos fechados e o acesso restrito aos jogadores são regra na seleção brasileira, mas nunca um elenco ficou tão blindado como o que está reunido agora na Granja Comary, em Teresópolis. Por conta da pandemia de coronavírus, o CT da CBF está totalmente fechado, e os jogadores têm de se submeter a normas rígidas de isolamento – o que influi até mesmo nos tradicionais momentos de descontração durante as refeições.

Para a estada de três dias em seu CT, e outros seis entre São Paulo e Lima, a seleção se baseou em protocolos sanitários elaborados pela Conmebol, pela Fifa e pelo departamento médico da própria CBF. Os jogadores estão fazendo exames para detectar o coronavírus assim que chegam a Teresópolis e também serão testados antes de cada uma das partidas das Eliminatórias. Outra testagem está prevista para o dia seguinte ao jogo com os bolivianos, que será realizado na sexta-feira.

Com 23 jogadores convocados, mais a comissão técnica e todo o estafe da equipe, o restaurante do CT precisou ser adaptado para cumprir as normas de afastamento social. Com menos mesas, o grupo precisou ser dividido e o almoço agora acontece em dois turnos. Além disso, divisórias de acrílico foram colocadas nas mesas para impedir o contato direto e evitar que gotículas de saliva se espalhem pelo ar. Funcionários fixos que atuam na Granja e podem ter algum contato com os jogadores também tiveram de realizar testes de covid-19.

O protocolo ainda prevê que os jogadores não poderão tomar banho nos vestiários após os treinos e até mesmo depois dos jogos. Eles deverão fazer isso em seus quartos na Granja Comary e nos hotéis em que ficarão hospedados.

“É um momento novo e diferente, todos precisam estar conscientes Nosso objetivo é criar um ambiente seguro para que todos os funcionários tenham condição de trabalho com segurança. Todas as medidas protetivas são tomadas, como orientação, uso de álcool em gel e máscaras, distanciamento, além das adaptações que já foram feitas no refeitório, durante o transporte… Temos todo o cuidado para que o retorno seja seguro”, afirmou o médico da seleção, Rodrigo Lasmar.

Algo inédito na história da seleção, a imprensa não pode acompanhar nenhuma das atividades de forma presencial. Imagens de treinos e do dia a dia dos jogadores são produzidas pela própria CBF, e as entrevistas precisam ser feitas de forma virtual, como já acontecera durante a convocação. Os jogos também serão sem a presença dos jornalistas nos estádios – exceção feita à equipe da emissora que detém os direitos de transmissão.

Por Marcio Dolzan
Estadão Conteúdo

 

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