Moro pede à PGR investigação sobre depoimento do caso Marielle que cita Bolsonaro

O ministro da Justiça, Sergio Moro, solicitou à PGR (Procuradoria-Geral da República) a abertura de uma investigação para apurar as circunstâncias em que o nome do presidente Jair Bolsonaro apareceu no inquérito do assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL) e do motorista Anderson Gomes.

Moro diz no documento que há inconsistência nas informações sobre o caso que, segundo ele, sugere equívoco na investigação conduzida no Rio ou eventual tentativa de envolvimento indevido do nome do presidente no crime. O ministro da Justiça está no Equador em uma agenda de segurança pública.

Nesta quarta-feira, em viagem à Arábia Saudita, Bolsonaro afirmou ter acionado Moro para ver se é possível que a Polícia Federal tome o depoimento de um porteiro do condomínio onde o presidente tem casa no Rio de Janeiro.
Segundo reportagem do Jornal Nacional, o ex-policial militar Élcio Queiroz, suspeito de envolvimento no assassinato de Marielle Franco (PSOL) e do motorista Anderson Gomes em março de 2018, disse na portaria que iria à casa de Bolsonaro, na época deputado federal, no dia do crime.

Os registros de presença da Câmara dos Deputados, no entanto, mostram que Bolsonaro estava em Brasília nesse dia.

Segundo o depoimento do porteiro à Polícia Civil do Rio de Janeiro, o suspeito pediu para ir na casa de Bolsonaro e um homem com a mesma voz do presidente atendeu o interfone e autorizou a entrada. O acusado, no entanto, teria ido em outra casa dentro do condomínio.

Bolsonaro quer que Moro investigue as pessoas à frente da investigação do caso Marielle. Ele contou que pediu ao ministro que encaminhasse o assunto à Procuradoria Geral da República (PGR) e ressaltou que sabe que a defesa do governo não cabe ao Ministério da Justiça, mas à Advocacia Geral da União (AGU).

“Conversei agora há pouco com o ministro [Moro] para que sejam investigadas essas pessoas que fizeram que constasse nos depoimentos informações que apenas o trabalham o processo e visam me incriminar”, disse Bolsonaro.

Segundo veiculado no Jornal Nacional, o livro de visitantes aponta que, às 17h10, Élcio informou que iria à casa de número 58. O porteiro disse no depoimento, no entanto, que acompanhou por câmeras a movimentação do carro no condomínio e que Élcio se dirigiu à casa 66, onde mora Lessa.

O porteiro teria ligado novamente para a casa 58; segundo ele, quem atendeu disse que sabia para onde Élcio estava se dirigindo. No depoimento, o porteiro teria dito que, nas duas vezes que ligou para a casa 58, foi atendido por alguém cuja voz julgou ser de Jair Bolsonaro.

Bolsonaro tem duas casas dentro do condomínio -uma de sua família e outra onde reside um de seus filhos, o vereador Carlos Bolsonaro (PSC).

Os investigadores estão recuperando os arquivos de áudio da guarita do condomínio para saber com quem o porteiro conversou naquele dia e quem estava na casa 58, segundo o Jornal Nacional.

Fonte: Folhapress 

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