‘Não é hora de discutir adiamento de eleição’, diz Marcelo Castro

No ano passado, o senador Marcelo Castro (MDB-PI) tentou emplacar uma significativa mudança para as eleições municipais deste ano. Propôs que o mandato dos novos prefeitos fosse de 6 anos. O objetivo era estender o novo mandato até 2026, quando se estabeleceria uma velha tese defendida pelo senador: a coincidência de eleições, quando o cidadão escolheria em um mesmo dia os ocupantes de todos os cargos eletivos, de vereador a presidente da República. O projeto foi rejeitado. E agora que surge a proposta de um mandato tampão que permitiria a coincidência, Marcelo diz que não gosta da ideia. Tem mais: acha que não é hora do Congresso discutir o adiamento da eleição.

Marcelo explica porque não gosta da ideia: para ele, não é razoável mudar um mandato estabelecido pelo povo. “Entre o poder do Congresso de mudar um mandato já definido e a escolha que o povo fez nas urnas, acho que o povo é maior”, afirma. Mas sabe que as condições podem levar ao adiamento das eleições e até mesmo a um mandato tampão, que ele (pelo menos em situação normal) não vê com bons olhos. E, lembrando das aulas de Química, até admite que pode aceitar mudanças.

“Na aula de Química a gente falava da CNTP, lembra?”. A sigla CNTP significa “condições normais de temperatura e pressão”. O senador admite que a crise do coronavírus altera as condições de temperatura e pressão no campo político. Como médico e ex-ministro da Saúde, avalia que o período de campanha pode chegar sem que a pandemia tenha sido controlada. Aí, a CNTP pode, sim, levar à mudança das regras eleitorais.

Mas o senador diz que não é hora para discutir. É preciso esperar depois do fim de maio, para se saber qual o horizonte real desenhado pela pandemia no Brasil.
 

‘Faço meu beiju’, diz senador isolado há 13 dias

Aos 69 anos, o senador Marcelo Castro sabe que está no grupo de risco do coronavírus. Médico, sabe também que o assunto não é brincadeira. E se impôs o isolamento social: “Estou há 13 dias em completo isolamento, só com minha filha”, disse ele por telefone, falando do apartamento funcional na Asa Sul de Brasília. Fora do apartamento, se permite apenas um compromisso: a caminhada matinal pelos amplos gramados da capital federal, sempre acompanhado de um colega congressista.

“A gente vai conversando a pelo menos dois metros de distância um do outro”, explica. Fora isso, não sai nem para assinar documentos relacionados ao mandato. Um funcionário do gabinete do Senado vai até o apartamento. E não entra: Marcelo recebe na porta, assina o que precisa assinar e despacha o auxiliar. Comida? “A gente vai se virando”, diz ele. Almoço é quase sempre à base de delivery. O café, ele faz com a filha. “Eu mesmo faço o meu beiju”, diz o senador.

Fonte: Cidadeverde

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