Mulher trata câncer inexistente durante 6 anos por erro médico

O caso teve início em junho de 2010, quando a paciente recebeu corretamente o diagnóstico de câncer de mama e passou por uma mastectomia

A Justiça do Estado de São Paulo determinou que a empresa médica Amico Saúde, sediada em São Bernardo do Campo, na Grande São Paulo, indenize em R$ 200 mil uma mulher que foi submetida a tratamento de uma metástase óssea inexistente por seis anos devido a um erro médico no diagnóstico e tratamento.

O caso teve início em junho de 2010, quando a paciente recebeu corretamente o diagnóstico de câncer de mama e passou por uma mastectomia alguns meses depois, aos 54 anos. Contudo, em outubro do mesmo ano, um novo exame indicou erroneamente a presença de metástase óssea, levando-a a iniciar um tratamento com quimioterapia.

Em 2014, ao mudar de plano de saúde, a paciente continuou o tratamento com algumas adaptações devido a efeitos colaterais. Foi somente em 2017, quando um novo corpo médico suspeitou do erro de diagnóstico, que um PetScan foi solicitado para uma avaliação mais precisa. O exame confirmou que a mulher nunca teve metástase óssea. Em 2018, o procedimento foi repetido como precaução, e o resultado foi mantido.

A descoberta foi respaldada por um laudo pericial do Instituto de Medicina Social e de Criminologia de São Paulo. Em contrapartida, um exame realizado na mesma época do diagnóstico equivocado indicava “baixa probabilidade de acometimento ósseo secundário à doença de base”.

A sentença, confirmada pelo Tribunal de Justiça, aponta a anotação equivocada no prontuário médico e destaca a incerteza sobre se a negligência foi pura ou uma medida para economizar em novos exames. O documento destaca que a paciente teve seu curso de vida alterado devido a uma doença gravíssima inexistente, resultando em grande angústia psicológica, dor crônica, insônia, perda óssea, perda de dentes e limitação nos movimentos da perna.

Exame de 2010 apontou baixa probabilidade de metástase óssea | Foto: Reprodução 

A decisão ressalta que cada sessão de quimioterapia se tornava um verdadeiro tormento para a autora, devido aos fortes efeitos colaterais da medicação. No final de 2023, a Amico Saúde fez um acordo com a mulher, pagando os R$ 200 mil determinados pela Justiça.

Fonte: Meio Norte


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