Ômicron avança pelo país e ameaça provocar novo colapso em sistemas de saúde

Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) alertou para o aumento da taxa de ocupação de leitos de UTI de Covid-19 na rede pública

Neste inicio de 2022, a variante Ômicron do coronavírus fez explodir o número de casos de Covid-19 no Brasil em grande velocidade, provocando transtornos em diversos setores da economia e forçando Estados e municípios a restabeleceram medidas de restrição na tentativa de evitar um novo colapso no sistema de saúde.

Os profissionais de saúde têm sido duramente atingidos pela nova variante, que é reconhecida por seu grande poder de transmissão, ainda que com menor letalidade. Hospitais pelo país têm sofrido com o afastamento de funcionários contaminados pela doença, justamente no momento em que cresce a demanda de pacientes infectados tanto pela Covid-19 como por um surto simultâneo de influenza, exigindo mais dos médicos e enfermeiros.

“Se você não tem nenhum amigo contaminado neste momento significa que você não tem amigo”, disse César Eduardo Fernandes, presidente da Associação Médica Brasileira (AMB), sobre a dimensão da disseminação da doença.

“O número de afastamentos triplicou em quatro semanas em relação ao número antes da Ômicron, mostrando como essa variante está se espalhando. A situação é preocupante, e possivelmente alguns serviços vão colapsar”, acrescentou.

(Foto: Reprodução)

O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, reconheceu esta semana que a Ômicron traz um receio de um “novo impacto no sistema de saúde com a perspectiva de colapso e perdas de vidas”, mas ressaltou que o Sistema Único de Saúde (SUS) foi fortalecido durante a pandemia e conseguirá lidar com a situação.

No entanto, a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) alertou para o aumento da taxa de ocupação de leitos de UTI de Covid-19 na rede pública.

“Olhando estritamente as taxas de ocupação de leitos de UTI observadas em 10 de janeiro, em confronto com a série histórica do indicador, o país voltou a ter um terço das unidades federativas e 10 capitais nas zonas de alerta intermediário e crítico. Assinala-se o alerta para o crescimento da demanda por recursos assistenciais complexos e a necessidade de acionamento dos planos de contingência, envolvendo a reabertura de leitos”, disse a Fiocruz.

(Foto: Reprodução)

Os números oficiais de casos novos de Covid-19 colocam o Brasil de volta nos patamares de julho do ano passado, mas um apagão nos dados oficiais do Ministério da Saúde desde um ataque hacker no final do ano e uma falta de testes de Covid-19 em farmácias, laboratórios e hospitais significa que há uma enorme subnotificação, de acordo com epidemiologistas.

No pico da pandemia, a média era de 77 mil casos em média por dia, mas a subnotificação estimada à época era de três vezes, enquanto o número de casos não identificados atualmente é muito superior, mediante a falta de capacidade de testagem e também pelo fato de a Ômicron provocar principalmente casos leves, que muitas vezes são resolvidos antes que se consiga fazer um teste.

“Estamos completamente sem dados confiáveis”, disse Alexandre Naime Barbosa, chefe da infectologia da Universidade Estadual Paulista (Unesp) e consultor da Sociedade Brasileira de Infectologia.

(Foto: Reprodução)

Apesar da nova alta de casos, os números de óbitos permanecem estáveis, em cerca de 120 por dia na média de 7 dias, uma vez que mais de 67% da população está vacinada com duas doses ou vacina de dose única. Em comparação, no pico da pandemia, o Brasil chegou a ter média superior a 3 mil mortes por dia.

Com informações do Terra.

 

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