Pacientes e profissionais de saúde denunciam falta de medicamentos e insumos em hospitais públicos de Teresina

Segundo as denúncias, tratamentos e procedimentos estão sendo adiados devido à escassez desses itens. Órgãos estadual e municipal afirmaram que enfrentam dificuldades no mercado por conta da pandemia e que estão trabalhando para resolver os problemas.

A falta de medicamentos e insumos em hospitais públicos municipais e estaduais tem prejudicado o atendimento à população e o trabalho dos profissionais de saúde em Teresina. O Conselho Estadual de Saúde do Piauí (CES-PI), que acompanha a situação, afirmou que vai entrar com ação judicial, em parceria com o Ministério Público do Piauí (MP-PI), para cobrar respostas dos responsáveis.

Procuradas, a Fundação Municipal de Saúde (FMS) e a Secretaria de Estado da Saúde do Piauí (Sesapi) informaram que enfrentam dificuldades no mercado por conta da pandemia e que estão trabalhando para resolver os problemas.

“Hoje se você chegar no hospital não tem soro e existem medicações que precisam ser administradas dentro do soro, os pacientes estão tendo que comprar e levar”, denunciou um profissional de saúde que preferiu não ser identificado.
O presidente do CES-PI, professor Emídio Matos, afirmou que, mesmo com as questões geradas pela pandemia, seria possível garantir o abastecimento da rede se houvesse planejamento por parte dos gestores.

“Houve um redirecionamento da produção de insumos e por isso há falta deles no mundo inteiro. Mas isso já foi corrigido e os gestores têm que compreender esse novo cenário, se preparar para isso e atender a um direito que cada cidadão tem, o direito à saúde”, afirmou.

Pacientes aguardam tratamento

O idoso Luis Borges de Santana, de 66 anos, está internado no Hospital de Urgência de Teresina (HUT) há um mês aguardando por uma cirurgia de angioplastia. Antes, ele havia passado outros três meses internado no Hospital Getúlio Vargas (HGV), onde será realizado o procedimento.

“Minha nora procurou o setor responsável e disseram que o material para a cirurgia nunca chegou e não tinha previsão de vir”, contou.

Procurado, o HGV afirmou que a cirurgia ainda não foi realizada devido a um problema no equipamento da hemodinâmica e que a empresa responsável está providenciando peças para o reparo, com previsão de conclusão do conserto até esta sexta-feira (2).

A idosa Maria do Socorro Alencar, de 61 anos, tem câncer no pulmão e precisa de um tratamento com 24 ampolas de um medicamento que a unidade custa R$ 35.800,00, fabricado no Reino Unido.

Segundo a filha dela, o medicamento é o que vai manter a mãe viva. “Nem todo mês a gente vai ter esse dinheiro. As duas primeiras conseguimos comprar. Essa medicação é o que pode salvar a vida dela e o tratamento dura dois anos”, contou.

A família procurou a justiça em julho e conseguiu uma decisão favorável, que deu prazo para que o medicamento fosse fornecido até novembro, mas não receberam até o momento.

“É muito sofrimento. Sou grata a Deus por estar conseguindo chegar até aqui. Tenho fé que vou conseguir vencer”, disse Maria do Socorro emocionada.

Fonte:  g1 PI

 

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