Secretário municipal de finanças e filho de prefeita no PI é alvo de duas operações contra lavagem de dinheiro no mesmo dia

Uma das ações visa combater desvios de recursos públicos destinados ao serviço de iluminação pública do município de Luís Correia e a outra tem como objetivo o combate à lavagem de dinheiro proveniente de tráfico de drogas, em contexto de facção criminosa, com atuação no Norte do Piauí.

O secretário municipal de finanças de Luís Correia, Pedro Júnior Fontenele Brito, e filho da prefeita do município, Maria das Dores Fontenele Brito, mais conhecida como Maninha Fontenele, foi alvo de duas operações contra lavagem de dinheiro e organização criminosa, nesta quarta-feira (7).

Secretário municipal de finanças e filho da prefeita de Luís Correia, Pedro Júnior Fontenele Brito — Foto: Reprodução/TV Clube

Secretário municipal de finanças e filho da prefeita de Luís Correia, Pedro Júnior Fontenele Brito — Foto: Reprodução/TV Clube

Conforme apurado pela Rede Clube, foram cumpridos mandados de busca e apreensão das duas operações na casa de Pedro Júnior. O g1 não conseguiu contato com o gestor.

Contudo, a prefeita Maninha Fontenele se manifestou por nota, afirmando que não é citada em qualquer investigação e não sofreu qualquer ato por parte do Poder Judiciário.

Além disso, a gestora informou que determinou a exoneração de todos que foram citados na investigação rescindiu, de forma unilateral, o contrato com a empresa citada pelos órgãos de segurança. Leia a íntegra do comunicado ao fim da reportagem.

As operações LED e Volt, a primeira da Força Integrada de Combate ao Crime Organizado no Piauí (FICCO-PI) e a segunda do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO), do Ministério Público do Piauí (MPPI), visam combater uma série de crimes e tiveram diversos alvos, não apenas no estado, como também em outras unidades federativas.

Operação Volt

A operação foi deflagrada pelo MPPI, por meio do GAECO, em conjunto com o Tribunal de Contas do Estado (TCE-PI) e a FICCO.

O objetivo da ação foi cumprir 10 mandados de sequestro de bens, oito mandados de busca e apreensão e dois mandados de prisão preventiva distribuídos entre as cidades de Luís Correia, Parnaíba e Teresina, conforme decisão da Central Regional de Inquéritos de III – Polo Parnaíba.

“A investigação visa apurar desvios de recursos públicos destinados ao serviço de iluminação pública do Município de Luís Correia, por meio das condutas criminosas de fraude à licitação, corrupção ativa e corrupção passiva, lavagem de dinheiro e organização criminosa”, informou o Gaeco em nota.

Entre os alvos estão agentes públicos, empresas com atuação no município e seus sócios-proprietários.

Até o momento, a investigação apontou a existência de uma estrutura criminosa composta por agentes públicos, empresários e suas respectivas empresas que tem por fim desviar recursos públicos do município de Luís Correia.

“A dinâmica criminosa consiste no direcionamento de licitações à determinada empresa utilizada pela organização criminosa, seguido de sua contratação com sobrepreço pelo ente municipal”, explicou o Gaeco em comunicado.

Segundo o órgão, após o pagamento da empresa, parte do recurso público era remetido, diretamente ou por meio de pessoas interpostas, a agentes públicos ocupantes de cargos na estrutura da prefeitura.

Operação LED

A Operação LED investiga crimes de lavagem de dinheiro, organização criminosa e tráfico de drogas. Ao todo, 24 mandados judiciais foram expedidos pela Central de Inquéritos de Parnaíba para serem cumpridos em Luís Correia, Maracanaú (CE), São Luís (MA), Itaquaquecetuba (SP) e Guajará-Mirim (RO).

As ordens judiciais tratam de 12 mandados de prisão temporária e 12 mandados de busca e apreensão. Quatro pessoas haviam sido presas até o início da manhã. A FICCO não deu detalhes sobre as prisões e não revelou a identidade dos presos.

Segundo a FICCO, a operação visa combater lavagem de dinheiro, proveniente de tráfico de drogas, em contexto de facção criminosa com atuação no Norte do Piauí.

Em nota, a Força Integrada informou que a investigação identificou que o dinheiro proveniente do tráfico de drogas era submetido a sucessivos depósitos, transferências e saques, com utilização de contas dos próprios investigados e de terceiros, para retornar à facção criminosa, que o utilizava para o pagamento de fornecedores na fronteira.

A FICCO/PI é composta pela Polícia Federal, Polícia Civil, Polícia Militar, Polícia Penal e Polícia Rodoviária Federal do estado, e baseia-se no modelo cooperativo, no qual trabalham de forma integrada vários profissionais que compõem mais de um órgão do Sistema Único de Segurança Pública – SUSP.

Nota prefeita de Luís Correia

Venho a público esclarecer sobre os últimos fatos noticiados pela imprensa neste dia 07 de fevereiro do ano corrente. Esclareço que não sou citada em qualquer investigação e nem sofri qualquer ato por parte do Poder Judiciário. Sempre pautei por uma gestão transparente, sendo que as contas da gestão, foram julgadas e aprovadas por unanimidade pelos órgãos de controle.

Informo, ainda, que determinei a exoneração de todos que foram citados na investigação, mesmo não fazendo qualquer juízo de valor quanto a culpabilidade, tal medida visa proporcionar aos acusados as condições ideais para esclarecimentos dos fatos, bem como, a imediata rescisão contratual, de forma unilateral, com a empresa citada.

Confio na Justiça do meu Estado, ao tempo que me coloco à disposição para demais esclarecimentos, reafirmo meu compromisso com o mandato e o respeito pelos cidadãos de Luís Correia.
Fonte:  Lucas Marreiros, Tiago Mendes, g1 PI e TV Clube

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