5 substituições / Mudança na regra deve beneficiar elenco estrelado do Flamengo

No mundo dos esportes, a última sexta-feira trouxe uma notícia impactante. A Fifa oficializou que os campeonatos iniciados ou que ainda começarão tenham a permissão da regra das cinco substituições por equipe. A IFAB (International Board) deu sinal verde para a mudança, que será temporária e válida até dezembro deste ano. Em um recorte quanto ao Flamengo, cujo elenco é considerado o mais forte do país, a possibilidade já agitou a torcida nas redes.

Estrelado, o Flamengo já relacionou 51 jogadores em 2020, sendo 30 criados na base – bastante utilizada durante as quatro primeiras rodadas da Taça Guanabara. O clube não ficou na zona de conforto após as conquistas do Brasileiro e da Libertadores do ano passado e contratou oito novos jogadores, sendo apenas um deles, Léo Pereira, para o time titular (a princípio).

Portanto, com tal alteração relacionada a substituições, será natural que Jorge Jesus dê mais rodagem a reforços, como Pedro Rocha, Michael e Pedro, a joias da base, como Lázaro, recém-integrado aos profissionais, e a atletas que estavam no fim da “fila”, como Berrío e Piris da Motta. 

O LANCE! recolheu opiniões de referências do futebol para saber a visão deles a respeito do impacto do aumento das alterações na dinâmica dos treinos e jogos. O comentarista da ESPN Brasil Leonardo Bertozzi, por exemplo, crê que o proveito maior será natural pelo lado do Fla. E aprofundou a análise:

– Naturalmente quem tem um elenco mais rico terá melhores condições de aproveitar as mudanças, seja pelo aspecto físico, seja pelo técnico. Imagine que você poderá sustentar mais a pressão na saída do adversário se tiver a condição de alterar mais jogadores eventualmente desgastados. Além da possibilidade de mais alternativas táticas. Hoje, se você perde um ou dois jogadores lesionados, fica praticamente de mãos atadas para interferir taticamente. Com mais mudanças, isso também fica facilitado – comentou Léo.

Maior ídolo do Flamengo, Zico também foi abordado pela nossa reportagem. O Galinho de Quintino sublinhou a ênfase acerca da intensidade:

– Pode ajudar, principalmente pela grande exigência dos jogos, parte física, quantidade de competições… A cada ano, o intervalo entre os jogos acaba sendo menor, então, os grandes times precisam dar um certo descanso para certos jogadores. A substituição pode ser um fator importante, até mesmo para os times estarem cientes de novas estratégias e que o jogador pode jogar uma boa parte do jogo com mais intensidade, que seguirá no contexto geral.
Criado no Ninho do Urubu e técnico da equipe profissional do Rubro-Negro de 2016 a 2017, Zé Ricardo deu a sua versão como treinador de futebol, ampliando o debate.

Já o médico João Hollanda ortopedista especializado em joelho e lesões no esporte, seguiu a linha da importância desta alteração para o retorno do futebol, mas destacou que, “a médio e longo prazo, o lado médico deve ser visto com menos ênfase, afinal, cada esporte vai desafiar o atleta de acordo com os limites do corpo dele”, traçando um paralelo com as exigências de uma maratona.

– Tem que pontuar dos pontos de vista técnico e médico. As substituições são feitas por estes motivos, e uma coisa influencia na outra. Muitas vezes o jogador entra em uma condição física que não é a ideal. A maior parte das lesões acontece nos finais das partidas, justamente pela fadiga nas musculaturas, mesmo quanto aos traumas, a condição física influencia diretamente no desenvolvimento da lesão. Isso pois o contato, muitas vezes, leva ao desequilíbrio do atleta e, se ele não tiver com a musculatura respondendo bem, é como um carro que chega ao fim de uma curva sem freio, sem algo para segurar, que seriam os músculos firmes – falou, completando:

– Isso (cinco substituições) pode fazer a diferença pois os jogadores devem retornar em condições físicas bem piores. Pensando a médio e longo prazo, creio que o lado médico deve ser visto com menos ênfase, afinal, cada esporte vai desafiar o atleta de acordo com os limites do corpo dele. Então, é o mesmo que pensar em diminuir uma maratona (em distância) porque os atletas cedem na reta final dela… Não! O objetivo deve ser explorar o máximo do atleta, logo faz sentido manter o jogador até o limite em campo e só substitui-lo quando não houver mais opção, em questão de necessidade. Há um lado positivo e negativo em questão de jogo, mas, em um primeiro momento, neste cenário de retorno, ajudará os mais naturalmente desgastados que não aguentarão os 90 minutos – completou Hollanda, em uma visão ampla do novo cenário. 
 


Fonte: Lance.com
 

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